O Padre e a menina do brinquedo foi fato no Santuário Diocesano Santa Rita de Cássia, onde ela frequenta com seus pais.
O espaço da Igreja é claro, bonito e sua gente possui o dom de acolher bem todas as pessoas e sorrir para elas. Sente-se à vontade, a pequenina, para levar um de seus brinquedos na Missa. O brinquedo compõe seu mundo infantil, as suas histórias de reinos encantados com bichinhos e flores que falam e com quem ela conversa. Naquela manhã, foi com um gato de pelúcia que, talvez, seja o do poema de Vinícius de Moraes: “Com um lindo salto/ Lesto e seguro/ O gato passa/ Do chão ao muro/ Logo mudando/ De opinião/ Passa de novo/ Do muro ao chão/ E pega corre/ Bem de mansinho/ Atrás de um pobre passarinho/ Súbito para/ Como assombrado/ Depois dispara/ Pula de lado/ E quando tudo/ Se lhe fatiga/ Toma o seu banho/ Passando a língua/ Pela barriga”. Explicou-lhe antes, por certo, que, na Igreja, não poderia passar do banco ao chão, sair correndo e subir no que encontrasse.
Como escreveu Rubem Alves: “Deus é alegria. Uma criança é alegria. Deus e uma criança têm isso em comum: ambos sabem que o universo é uma caixa de brinquedos. Deus vê o mundo com os olhos de uma criança”.
O Reitor e Pároco do Santuário, Padre Márcio Felipe de Souza Alves, fala na altura delas e do jeito que ela e as outras crianças conseguem entender o essencial. Na hora da homilia, ele as chama ase sentarem nas proximidades do altar.
Naquele dia, ele falava sobre o povo de Deus que passou pela escravidão, porque, às vezes, precisamos experimentar algumas situações para perceber a misericórdia divina, que não castiga e está sempre à espera do retorno de seus filhos por maior que sejam os nossos erros. Na semana posterior, disse que ninguém pode se achar no direito de tirar a dignidade dos outros, pois nem Deus a elimina. Foi o que aconteceu com a mulher pega em adultério. Jesus disse aos que a condenavam: “Quem dentre vós não tiver pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra”. Acrescentou que Deus faz novas todas as coisas.
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Não sei a idade da pequenina e nem quem são seus pais, mas sem dúvida são comprometidos com a formação cristã. Encantou-me vê-la plena de infância, como outras crianças, sentada e atenta às palavras do Padre Márcio Felipe, que é da sabedoria, da coerência, da alegria do Céu e da misericórdia. Aquilo que elas compreendem e guardam, cabe ao Espírito Santo, mas que marcam os seus corações, é certo.
Quando crescerem mais e estiverem expostas às ciladas do mundo, terão a consciência de que todo ser humano merece respeito, que o Senhor segue conosco e se encontra sempre de braços abertos, como na música “Tudo é do Pai” de Fred Pacheco: “Tudo é do Pai/ Toda honra e toda glória/ É dele a vitória/ Alcançada em minha vida. /Tudo é do Pai/ Se sou fraco e pecador/ Bem mais forte é o meu Senhor/ Que me cura por amor”.(Foto: Maria Cristina Castilho de Andrade)

MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE
Com formação em Letras, professora, escreve crônicas, há 40 anos, em diversos meios de comunicação de Jundiaí e, também, em Portugal. Atua junto a populações em situação de risco.
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