O que é PASSIONAL?

passional

Interessante como usamos palavras que não conhecemos com segurança ou profundidade. Falamos muito de passionalidade passional sem ao menos saber que o que é passional é aquilo que é motivado por uma paixão, particularmente. Está relacionado com a paixão, sentimento de amor ardente e intenso.

Sendo assim, causado pela paixão, a pessoas age de forma impulsiva e imprudente, atinando menos para a racionalidade. O passional é o tipo de indivíduo que vive crises catastróficas e não consegue agir de forma racional quando se trata de sentimentos. As pessoas passionais se revelam descontroladas, tanto no amor como na raiva.

No outro lado da linha temos os racionais, que são pessoas com uma inteligência em exercício veloz e que gostam de treinar e usar a cabeça. Os racionais têm uma capacidade de dedução lógica muito forte, são capazes de tirar grandes conclusões a partir de pequenos fatos. Além de terem uma ótima capacidade de dedução, os racionais também são muito observadores. Está sempre levando a perspectiva do outro em conta, sem pender para o sentimentalismo.

O que fazer para ser uma pessoa menos sentimental, menos passional, é a grande pergunta? Os passos são de difícil execução, por se tratar de algo que não se escolhe ou se treine, mas é possível de ser manejado, com muito cuidado e atenção: observe e analise seu próprio comportamento e domine suas emoções; aprenda a trabalhar as emoções negativas e aumente a sua autoconfiança; aprenda a lidar com a pressão e não tenha medo de se expressar; desenvolva o sentimento de empatia e, por fim, coloque em prática a resiliência.

Voltando ao questionando: mas, existe formula para não ser tão emotivo, tão passional? Se desenvolvermos mais nossa resistência psicológica, conseguiremos caminhar com menos sobressaltos emocionais. É bom lembrar: fique em silêncio e não reaja, você não precisa reagir a tudo. Não é necessário se envolver com todas as questões que nos rodeiam; pare de pensar tanto em assuntos mais estressantes. O fato é que ser sensível demais às vezes nos faz enxergar as coisas de maneira desproporcional. Busque entender porque as coisas o deixam chateado, não levando críticas tão a sério.

Notamos que os passionais, os mais emotivos, choram com mais frequência e facilidade. Mas porque uma pessoa chora por tudo? Sabemos que estresse intenso e crises de ansiedade também podem estar por trás deste comportamento. O indivíduo pode ter chegado a um limite de sofrimento emocional e o choro frequente é sinal de estafa psíquica.

Vale a pena pensarmos que quando o assunto é choro, a tristeza é a primeira a ser citada. Mas toda pessoa que chora sabe, bem lá no fundo, que lágrimas rolando englobam muitas emoções. Raiva, alegria, medo e saudade estão na lista de sentimentos que fazem algumas pessoas derramarem o líquido dos olhos. Para outras que não choram, o emotivo é taxado como imaturo, “bebezão”. Entretanto, especialistas dizem que não é bem assim.

Desde criança, o ser humano aprende que o choro manifesta um sentimento de desconforto, sendo necessário e conveniente ampliar o conceito para além do sofrimento. As pessoas tendem a recriminar o choro no adulto porque, de fato, associamos a um comportamento infantil. Há essa associação à imaturidade, como se ao crescer não pudesse mais chorar, o que é uma grande bobagem; a manifestação do sofrimento e da dor não tem idade nem sexo.

Observemos que, após o indivíduo crescer, as lágrimas podem expressar contentamento, raiva, frustração, alívio. Elas dão vazão a uma tensão acumulada, uma expectativa ou preocupação. Quando a pessoa recebe uma notícia que quer e aquela expectativa finalmente acontece, a emoção vira choro. Em uma briga, por exemplo, quem fica aos prantos em vez de rebater está acuado, inseguro.

Isso nos permite dizer que o choro não quer dizer que aquela pessoa é fraca, imatura ou sensível demais, diferentemente da imaturidade esperada, chorar em público exige muita coragem. Os adultos (e mesmo jovens ou crianças) que choram em público se permitem viver esse momento e a própria fragilidade, sem pensar no que os outros vão julgar, extravasando suas emoções em qualquer momento e lugar, sem maiores avaliações.

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Isso permite que não se sintam mais pressionados e sofridos, podendo, então, chorar à vontade. Precisamos conseguir comunicar de forma mais completa e complexa as emoções, seja com palavras ou choro. E um choro não precisa vir desacompanhado dessa externalização verbal, e sim como um complemento emocional; não é uma punição mas um benefício que se agrega ao volume de emoções contidas.

Sabemos que o choro é só uma resposta. Talvez tenha muito mais a ver com a forma de se comunicar do que sentir, o que tira de vez o estigma de “sensível demais” dos chorões. Aproxima-se ao “pensar” demais e assim a situação se equilibra e ganha força, na busca de um comportamento que possibilite uma relação interpessoal adequada e completa, sem os melindres das lágrimas nem a dureza das palavras. Pensar muito é essencial, mas sentir em demasia faz parte dos sabores da Vida, afinal, quem nunca…(Foto: www.venditaipnotica.it)

AFONSO ANTÔNIO MACHADO 

É docente e coordenador do LEPESPE, Laboratório de Estudos e Pesquisas em Psicologia do Esporte, da UNESP. Mestre e Doutor pela UNICAMP, livre docente em Psicologia do Esporte, pela UNESP, graduado em Psicologia, editor chefe do Brazilian Journal of Sport Psychology.

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