O ano de 2006 jamais sairá da cabeça dos jornalistas que acompanharam os ataques orquestrados pelo Primeiro Comando da Capital, o PCC.
Aqui em Jundiaí tivemos a morte de um PM, fogo em ônibus, armas descarregadas na fachada do 3º Distrito Policial e pânico generalizado no Centro da cidade.
Treze anos depois, o temor por cenas como aquelas infelizmente está de volta, após a transferência de Marcola e seus comparsas para presídios federais.
Após a megaoperação realizada quarta, coincidentemente dia 13, quem trabalha com segurança pública teve um filme passando pela cabeça. Impossível não lembrar de tudo aquilo!
Quem viveu aquela época, inclusive, lembra que uma das principais armas usadas pelos criminosos era o terror psicológico.
Boatos circulavam por toda cidade, dando conta de mortes, tiroteios, atentados no Fórum… isso, por si só, foi capaz de provocar o fechamento de todas as lojas do Calçadão da Barão, correria, choro e desespero de quem buscava se abrigar.
Algo impressionante que, na época, acompanhei de perto com o saudoso fotógrafo Valter Tozetto Júnior em plena região central.
Seguindo a cartilha dos vagabundos, nessa quarta mesmo as mensagens de atenção e perigo já começaram a espolcar nos telefones celulares.
De oficiais a soldados, a informação era a mesma: o PCC e o “salve geral” dos criminosos, já se preparando para os ataques.
Primeiro vindo por comunicação extra-oficial e, já nesta sexta (15), com a chegada de determinação do comando da PM paulista em relação ao trabalho do final de semana.
O pedido de atenção redobrada para unidades policiais, transporte coletivo, dos próprios agentes de segurança e da população em geral foi claro e deve ser seguido à risca até a próxima segunda (18).
Em Jundiaí, o prefeito Luiz Fernando Machado enviou um áudio pelo aplicativo WhatsApp para os guardas municipais.
Na mensagem ele elogiou o trabalho da corporação e citou uma “etapa crucial” no combate à criminalidade, pedindo extrema cautela para os GMs.
“Redobre a sua atenção com a segurança pessoal e de seus familiares. Tenha um olhar atento e preocupado com os demais irmãos das forças policiais”, comentou o prefeito, no áudio.
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Há muitas correntes contrárias, dizendo que não se deve propagar este tipo de comunicado para não dar moral ao PCC. Ignorar, creio eu, também não é uma boa ideia pois toda a atenção é necessária.
Já basta no final da década de 1990, quando se começou a falar no tal comando criminoso, as autoridades desmentiram e desdenharam de tudo, dizendo que era ficção.
O resultado foi sentido na pele, anos depois, quando o grupo sorrateiramente tornou-se um dos mais poderosos e violentos da América.
Acredito na Justiça, nas forças de segurança e nas pessoas que querem um País melhor para nós e nossas futuras gerações.
Que Deus proteja os homens e mulheres que se colocam à frente da sociedade, para defendê-la com a própria vida.
É hora, também, de valorizá-los e dar-lhes condições dignas de trabalho. Que o bem sempre vença.(Foto Alex Silva/Estadão)
EMERSON LEITE
Formado em Jornalismo pela UniFaccamp; Pós-graduado em Segurança Pública e Cidadania pela Faculdade Anhanguera; Atua na área desde 1995: passou por rádios, jornais impressos, site e desde 2010 trabalha como assessor de imprensa na área política.