Renato Zanotte, do Foi Pra Estante, página especializada no universo nerd e geek, colaborador do Jundiaí Agora, afirma que o papo de Raul Seixas é outro bem diferente. O artista gostava do ocultismo, misticismo, conversas espirituais e filosóficas. Fissurado em séries, desenhos, filmes, jogos eletrônicos e tudo que tenha a ver com tudo o que há de mais moderno, Zanotte(foto ao lado apontando para o Homem Aranha) confessa Raul foi o responsável por gostar de rock. “Caras como ele estão morrendo, o que é natural e não temos peças de reposição, não temos substitutos a altura para figuras com Raul Seixas”, afirma Renato tentando explicar a pobreza que hoje impera na MPB.
Foi através da mãe que Zanotte conheceu Raul. “Os discos do Raul, que são dela, estão comigo”, explica. E foi através de Raul que Renato se expandiu no rock e descobriu outros artistas. “Ele citava muito Elvis Presley. Eu fui pesquisar quem foi este artista. Hoje, adoro Elvis por causa de Raul Seixas”.
Sem substituto – Hoje, de acordo com Renato, muitos artistas não escondem que beberam na fonte de Raul. “Alguns tem até o Raulseixismo exagerado. Ele influenciou. Porém, não surgiram novos Raul. Ou seja, ele se foi – o que é um fato natural da vida – e não surgiram peças de reposição à altura”, disse.
O ocultismo que o Maluco Beleza tanto utilizava nas letras também desperta a curiosidade de Zanotte. “O Raul falava muito de Aleister Crowley, que seria um enviado da besta. Eu estou com um quadrinho sobre ele”, afirma.
O ‘ser supremo’ do Foi Pra Estante acredita que Raul foi um marco para a MPB. “Numa época complicada para o país, em plena ditadura, as as pessoas podiam tirar lições com as letras das músicas dele, podiam pensar a respeito delas”. Ao contrário, na vida pessoal, o artista em nada foi um exemplo. Bebia, usava drogas pesadas, teve problemas com as esposas. “Mas na música e filosofia, ele foi um puta artista. Ele dizia: vou encarar isto. Vou mostrar as minhas ideias. E fazia! Isto foi sensacional dentro daquele contexto histórico”, comenta Renato.
Jerry Adriani – O radialista Afonso Pereira é outro que só tem elogios para Raul Seixas. Ele diz que o cantor era inteligentíssimo. “E não podemos esquecer que ele foi trazido da Bahia por Jerry Adriani”, relembra. Coisas da vida. Jerry era uma estrela da Jovem Guarda foi a Bahia e se encantou por Raul que cantava com o grupo “Panteras”. Trouxe o rapaz para o eixo Rio-São Paulo. Jerry ficou marcado para sempre como cantor da Jovem Guarda e de músicas italianas. Raul Seixas tornou-se um mito. (Foto principal:logpicw.pw)
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