Na semana passada, quando o presidente do PL de Jundiaí, Adilson Rosa, divulgou vídeo chamando de ‘traidores’ os vereadores Madson Henrique, Tiago Da El Elion e João Victor, um parlamentar perplexo disse: “Só Jesus na causa. Ninguém entende o que está acontecendo com este partido. Estou espantado com este vídeo”. E não foi só ele que ficou abismado. Outros vereadores estão demonstrando apoio aos colegas defenestrados por votar em Edicarlos Vieira(União Brasil) para presidente da Câmara e não na candidata do partido, Quézia de Lucca. Ontem, o Jundiaí Agora entrou em contato com todos os vereadores, com exceção dos três acusados de deslealdade e a própria Quézia, cujo posicionamento ficou bem claro no final da sessão extraordinária do dia 1º de janeiro. Cinco deles responderam. Um deles, inclusive, é do PL(leia abaixo).
No polêmico vídeo, Rosa pediu para que os três “tenham a decência de deixar o partido já que não comungam dos valores e princípios do PL ao apoiarem o candidato do prefeito eleito(Gustavo Martinelli)”. O representante do PL afirmou que se os três não pedirem para sair, será aberto processo para a tomada de medidas cabíveis “para a limpeza no partido”. Os três vereadores ainda não se pronunciaram. Ontem, o Jundiaí Agora divulgou com exclusividade que todos parlamentares eleitos pelo PL participaram de uma reunião no dia 5 de novembro. Eles assinaram a ata deste encontro e, depois, receberam uma notificação extrajudicial com o objetivo de reafirmar o voto em Quézia de Lucca. A faxina que Adilson Rosa pretende fazer baseia-se na suposta infidelidade partidária de Madson, Tiago e João Victor. Um advogado especialista em Direito Eleitoral informou, porém, que eles não podem ser cassados por este motivo.
Veja a opinião dos cinco vereadores que deram retorno ao Jundiaí Agora:
RODRIGO ALBINO – PL
“A disputa pela presidência da Câmara Municipal já são águas passadas. Agora temos de ajudar o Executivo a resolver os problemas da cidade. O que acontece é que onde há conflito de interesses há inveja. Eu jamais iria ajudar ou privilegiar de alguma forma o PT e deixar de votar em um companheiro de bancada. Foi o caso do Madson e do Tiago, que se dizem conservadores e acabaram ajudando o PT na composição da mesa, uma vez que eu era candidato a segundo secretário. Eu tive os votos do João Victor, da Quézia e do Leandro Basson. O Madson, ao invés de votar em mim, se absteve e ajudou o PT. Já o Tiago votou diretamente na Mariana Janeiro, que é do PT. Existe um conflito de interesses dentro do PL. Ficou claro que eles preferem ajudar a oposição a ver a ala conservadora crescer na cidade. Eu já penso que a direita precisa estar organizada e sem vaidades. O Madson e o Tiago são pessoas vaidosas que preferiram dar o poder para a esquerda do que construir com a direita. Já o João Victor foi diferente. Ele votou em mim. Não adianta nada postar vídeos e fotos com fala conservadoras, dizer que apoia Bolsonaro e na primeira oportunidade ajuda o PT e a centro-esquerda”.
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JUNINHO ADILSON – UNIÃO BRASIL
“Não tenho conhecimento para dar uma opinião. Pode estar acontecendo uma briga interna no PL. A construção da presidência do Edicarlos se deu como em todas as outras disputas. Os vereadores apresentaram as propostas, demonstraram conhecimento e aquele que conseguiu congregar de uma maneira melhor, que conseguiu demonstrar interesse pela cidade e simpatia pelos colegas, foi eleito”.
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ROMILDO ANTÔNIO – PSDB
“Respeito todas opiniões. Mas acredito que está havendo um exagero em relação aos votos dos três colegas do PL. O presidente do partido utilizou a intimidade deles, citando a religião que seguem. Isto não existe. É preciso tomar cuidado com esta questão. O processo eleitoral para a presidência da Câmara também é democrático. Se os vereadores decidiram votar em outro candidato, cabe ao presidente do partido entender. Agora, quando ele fala em expulsão ou pedir para eles deixarem o partido, estamos deixando a democracia e passando a viver o coronelismo. Isto está ocorrendo em Jundiaí hoje. Quer dizer então que o vereador não tem direito de opinar e votar num presidente que construiu a candidatura? Nestes anos todos que estou vereador, esta última eleição para a presidência da Câmara foi a mais democrática que vi. Havia divergências de opinião, o que tornou o processo mais democrático. Não respeitar isto é ruim. Para mim, o presidente do PL não está respeitando a democracia e o Madson, o Tiago e o João Victor demonstraram a opinião deles em relação ao cargo que estava sendo disputado. E de forma nenhuma devemos usar a religião para atacar alguém. Cada um tem a sua. Expor isto da forma como foi exposto, não está certo”…
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PAULO SÉRGIO MARTINS – PSDB
“Sou contrário ao que o PL está fazendo com os três vereadores. Nada contra a vereadora que não foi votada por eles, mas, quando há a obrigação de se assinar uma ata e depois há o envio de uma notificação extrajudicial para que eles votem em determinada pessoa, para mim isto é uma coação que pode resultar em desdobramentos administrativos, criminais, civis e até uma ação de danos morais. Reunir os vereadores para assinar um documento para forçá-los a votar em alguém é, na minha opinião, algo idiota, irregular. Não se pode coagir as pessoas. Além disso, deve-se levar em conta a data em que a ata foi assinada e o dia da votação. Muita coisa pode ter acontecido entre uma coisa e outra. Eles têm todo o direito de mudar de opinião. A hora da votação é um momento particular de cada vereador. Este caso deverá ter até uma ação judicial. Porém, o Supremo Tribunal Federal já julgou que a livre opinião do vereador precisa ser respeitada. O partido não é dono do mandato, da voz ou das ações do parlamentar. A atitude do Adilson Rosa e as falas da vereadora foram deselegantes e criarão uma dissidência interna. Certamente, as ações deles serão coibidas pelos próprios vereadores acusados de traição”…
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MARIANA JANEIRO – PT
“Sou dirigente nacional e municipal do PT. Os problemas do PL me interessam pouco. Contudo, espero que eles encontrem um ponto de convergência porque, até o momento, são a maior bancada da Câmara e precisarão trabalhar minimamente juntos”.
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