Pelo silêncio, o PL deverá adotar a estratégia do ‘deixar a poeira assentar’ em relação à polêmica dos votos dos ‘traidores’ para a presidência da Câmara Municipal de Jundiaí. Adilson Rosa, presidente do partido, não dá retorno e não se manifesta mais pelas redes sociais. Os vereadores Tiago da El Elion e João Victor também não respondem mais os questionamentos. O único que fala a respeito é Madson Henrique e, segundo ele, tudo continua como está. “Até agora não recebi nenhum outro chamado. Sugeri ao presidente convidar todos os eleitos para um bate-papo. Cabe a ele aceitar ou não”, explicou Madson.
O chamado ao qual o parlamentar referiu-se é o reagendamento de uma reunião que deveria ter acontecido no último dia 8. Sem quórum para a discussão, Adilson avisou que uma nova data seria marcada para discutir a postura dos que votaram em Edicarlos Vieira(União Brasil) e não na candidata do partido, Quézia de Lucca: o próprio Madson, Tiago e João Victor. Depois da reunião que não ocorreu, Madson afirmou que “estamos em clima de paz. Vamos aguardar. Acredito que será uma nova fase de alinhamento da bancada”.
Entenda a polêmica – No final da sessão extraordinária do dia 1º, Quézia reclamou dos colegas de bancada que votaram em Edicarlos. “Muito mais do que ter um cargo ou poder, o que é mais valioso é a nossa palavra. Pode ser que nos outros partidos exista um consenso de não eleger seus próprios candidatos. Mas, uma bancada com seis vereadores e termos uma deslealdade partidária como a de hoje é inadmissível. A palavra precisa ter honra e caráter. Eu sou de um partido e o honro”, disse. Em seguida, Quézia agradeceu Leandro Basson e Rodrigo Albino, que em todas votações escolheram os nomes do PL.
No dia 2, o presidente do PL foi às redes sociais e postou um vídeo com imagens da vereadora reclamando dos colegas de partido. Rosa foi duro nos comentários. Dirigindo-se diretamente a Madson, Tiago e João Victor, ele pediu aos parlamentares que “tenham a decência de deixar o partido já que não comungam dos valores e princípios do PL ao apoiarem o candidato do prefeito eleito(Gustavo Martinelli)”. E não parou aí. Ele avisou que se os três não pedirem para sair, seria aberto processo administrativo para a tomada de medidas cabíveis “para a limpeza no partido”. Provavelmente Rosa estaria apostando na expulsão dos parlamentares por infidelidade partidária e, desta maneira, o PL permaneceria com os mandatos dos três vereadores. Um advogado especializado em Direito Eleitoral afirmou que esta possibilidade não existe.
O que não se sabia até aquele momento é que o Partido Liberal não só orientou a votarem em Quézia como fez os vereadores eleitos assinarem ata de uma reunião, além de enviar notificação extrajudicial para que cumprissem a determinação. Ela foi escolhida pela direção do PL por ter sido a mais votada da sigla nas últimas eleições. A vereadora teve mais de 8 mil votos.
Análise – Ainda no dia 3, o Jundiaí Agora fez a seguinte análise: a ‘traição’ poderia ter três resultados: Madson, Tiago e João Victor deixarem o PL por conta própria; os vereadores serem expulsos do partido ou toda esta confusão acabar em pizza. Se a última hipótese for confirmada, ficará evidente que o PL – que detém hoje a maior bancada da Câmara – se apequenará moralmente. Adilson, depois de um discurso forte nas redes sociais, ficará desacreditado. Por sua vez, será evidente que a vereadora Quézia de Lucca, será a única vítima de um acordo não cumprido. O PL continuaria sendo a maior bancada. Desunida, mas ainda a maior.
As outras duas possibilidades reduzirão o Partido Liberal fisicamente. Se os vereadores aceitarem o pedido de Adilson Rosa e deixarem o PL, o partido passará a ter três vereadores apenas. Esta hipótese é pouco provável já que Madson, Tiago e João Victor perderiam o mandato. Eles não colocariam a cabeça na guilhotina. Quanto as chances de serem expulsos, isto é possível. Só que os parlamentares manteriam os mandatos e migrariam para outros partidos. O PL também passaria a ter três vereadores. Ao receber o texto, Adilson Rosa respondeu: “boa análise!”.

Lideranças – A bancada do Partido Liberal (PL) na Câmara Municipal de Jundiaí realizou uma votação interna que definiu Leandro Basson como líder e Rodrigo Albino como vice-líder do partido.
“O PL tem suas diretrizes e valores. Nosso mandato será focado em servir à população. Seguimos as diretrizes do partido. Continuaremos com o maior número de vereadores eleitos. Estamos em processo de renovação com três vereadores de primeiro mandato”, afirmou Leandro Basson ao comentar a nova posição.
Rodrigo Albino reforçou o compromisso da bancada: “Vamos resgatar o orgulho de ser patriotas em Jundiaí.” Ambos destacaram que a fiscalização do Executivo e dos serviços públicos será uma prioridade, sempre buscando o melhor para o povo jundiaiense.
VEJA TAMBÉM
PUBLICIDADE LEGAL É NO JUNDIAÍ AGORA
ACESSE O FACEBOOK DO JUNDIAÍ AGORA: NOTÍCIAS, DIVERSÃO E PROMOÇÕES