É consabido que o Rio de Janeiro é a cidade preferida para as festas dos finais de ano, principalmente, no Réveillon brasileiro. A maioria dos cariocas é acolhedora, gosta de conversar e faz amizade com facilidade. Por isso, ela é considerada a cidade mais democrática do mundo!
Na época das festas, os monumentos ficam repletos de visitantes. A estátua do Cristo Redentor – com seus 30 metros de altura e 710 acima do nível do mar – encanta sobremaneira os turistas. O famoso Pão de Açúcar fica lotado de estrangeiros! Parece a Torre de Babel, da Bíblia, porque idiomas tão diversos são ouvidos que até custam a ser identificados.
A histórica Floresta da Tijuca, com a diversidade de sua flora e as lindas borboletas voejando abundantemente, também os encanta.
O bairro mais procurado pela gama de turistas é Copacabana, a Princesinha do Mar, apelido dado pelo saudoso Tom Jobim. Atrai, tanto pela beleza da praia, quanto pelo espetáculo pirotécnico à meia-noite do dia 31 de dezembro. Neste final de ano, haverá 16 toneladas de fogos e 3 milhões de pessoas o assistirão.
Neste final de semana, sentei-me ao lado da estátua de Carlos Drummond de Andrade, na Avenida Atlântica, e fiquei observando a diplomacia dos vendedores ambulantes e sua arte em lidar com os turistas estrangeiros.
Em dias especiais como estes, os trabalhadores informais ofertam suas iguarias durante o dia e a noite. Chegam com suas mercadorias logo cedo, arrumam os apetrechos com destreza e organização.
Alguns colocam o isopor com latinhas de refrigerantes e cervejas, no chão; armam uma mesinha com o fogareiro para os “espetinhos” de carne e põem, ao lado, um prato com farinha de mandioca torrada – a farofa. Tudo muito prático!
Ao término da arrumação, começam a façanha pela sobrevivência. Tomam um gole de água para refrescar a garganta, e anunciam:
– Beef! Beef! Chickem! Chickem com ice!
A função fática da língua, quando não importa como se fala, cumpria sua missão e os turistas se aproximavam. A carne dos espetinhos exalava um cheiro delicioso e atraía, sobremaneira, os transeuntes.
Os turistas foram chegando e, mostrando nos dedos a quantidade que queriam, arriscavam:
– One… two… three ou beer… ice…
Olhavam para o prato com a farofa e o vendedor falava:
– Flour! Flour! Very good! Very good!
Alguns faziam sinal que sim, outros que não, e falavam:
– Yes, sir ou not, sir…
Com gestos de uso internacional, esfregando o indicador no polegar, indagavam o preço:
– How much?
O vendedor mostrava o valor nos dedos. Os compradores tiravam o dinheiro de suas camisas muito coloridas e pagavam. A transação internacional estava completa!
E por ali foram passando ingleses, chineses, japoneses, holandeses e muitos alemães com seus “jáherr”, “neinherr”,“jawhol”, a maioria arriscava:
– Obrrigada senhorrrrrr…
Senti alegria ao observar a destreza e a versatilidade dos meus irmãos brasileiros! Homens simples que vão à luta com a única possibilidade de sobrevivência possível no momento: o mercado informal.
MAIS UM ARTIGO DE JÚLIA FERNANDES HEIMANN
Durante o tempo que fiquei ali observando, certifiquei-me que o brasileiro não é preguiçoso, aquele homem trabalhava duro, debaixo do sol escaldante, o suor escorría-lhe pelo rosto, mas ele continuava:
– Beef…beef…very good…
Vim para casa e escrevi, com a maior certeza da minha vida:
– O povo brasileiro é o mais criativo do mundo! Para sermos a maior potência só faltam bons governantes e diretrizes políticas sérias!
Viva o ano novo! Que 2020 nos traga saúde, alegria, bons empregos; menos corrupção e arrogância!
Como escreveu o inteligente João Ubaldo Ribeiro:
– Viva o povo brasileiro!(Foto: Sociedade Amigos de Copacabana)
É escritora e poetisa. Tem 10 livros publicados. Pertence á Academia Jundiaiense de Letras, á Academia Feminina de Letras e Artes, ao Grêmio Cultural Prof Pedro Fávaro e á Academia Louveirense de Letras. Professora de Literatura no CRIJU. (Ilustração: edgarebrochristmassongs.blogspot.com)
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