Falar sobre saúde mental nas empresas não é novidade, mas agir sobre ela ainda é. Uma pesquisa divulgada pelo Grupo Gestor RH revelou que 61% dos profissionais acreditam que seus líderes não estão preparados para acolher colaboradores com questões emocionais, e 65% dos próprios gestores reconhecem essa limitação.
O dado é alarmante, mas também revelador: a maioria das lideranças sabe que não está pronta, mas ainda não foi preparada. Por muito tempo, a liderança foi treinada para resolver, cobrar e entregar. Mas o contexto atual exige outro tipo de preparo: o de escutar, acolher e sustentar pessoas. Não basta saber gerir processos, é preciso compreender o impacto emocional das relações de trabalho.
O líder que não reconhece os sinais de exaustão, desmotivação ou sofrimento acaba reforçando um ciclo silencioso de adoecimento. E, ao contrário do que muitos acreditam, isso não é uma questão de perfil ou de “jeito de ser”, é uma questão de formação. Ser líder hoje requer um conjunto de habilidades socioemocionais que, até pouco tempo atrás, nem faziam parte das trilhas de desenvolvimento.
A NR1, que trata das diretrizes de segurança e saúde no trabalho, já inclui os riscos psicossociais entre as responsabilidades das empresas. Ou seja, cuidar da saúde mental deixou de ser apenas uma boa prática: é uma obrigação legal e uma estratégia de gestão.
Quando a empresa investe em preparar suas lideranças para lidar com emoções, as suas e as dos outros, ela está, na prática, prevenindo afastamentos, fortalecendo a cultura de confiança e aumentando a produtividade sustentável. Um líder bem-preparado sabe quando intervir, quando ouvir e quando encaminhar para o apoio certo. E isso muda tudo.
É comum ver organizações tratando o tema como uma campanha temporária ou uma palestra pontual, especialmente no fim do ano. Mas cultura de saúde mental se constrói no cotidiano: no feedback que considera a pessoa, no respeito aos limites, no incentivo à pausa e no reconhecimento verdadeiro. E se as empresas esperam ambientes mais saudáveis e produtivos, precisam começar pelo básico: ensinar seus líderes a lidar com gente de verdade.
Os líderes de hoje não precisam ser especialistas em saúde mental, mas precisam ser capazes de criar ambientes seguros emocionalmente. Precisam aprender a fazer perguntas genuínas, oferecer escuta ativa, reconhecer sinais e apoiar sem julgamento. Essas não são habilidades “complementares”. São competências centrais de quem conduz pessoas em tempos complexos.
Você, líder, foi preparado para lidar com saúde mental? Sabe identificar quando alguém do seu time precisa de ajuda, mesmo que não diga nada? Se ainda não, está tudo bem. O importante é reconhecer que liderar é, também, cuidar. E isso, definitivamente, não se aprende apenas na prática. Treinar líderes para lidar com saúde mental não é um diferencial, é uma necessidade urgente.(Foto: Karola G/Pexels)

DANY MORAES
Consultora de Projetos de Recursos Humanos e Educação Corporativa. Atua na área de Gente & Gestão há 20 anos, com especializações em Felicidade e Qualidade de Vida no Trabalho, Inteligência Emocional e Líder Coach. Contatos: E-mail: dany.moraes@gmail.com. Instagram: @soudanymoraes. LinkedIn: daniela-moraes-marques.WhatsApp: 11 982659384. Acesse também: @sejaexpandente
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Gente e Gestão é uma expressão que se refere ao conjunto de práticas, políticas e processos relacionados à gestão de pessoas dentro de uma organização, engloba todas as atividades e estratégias voltadas para o desenvolvimento, motivação, engajamento e bem-estar dos colaboradores de uma empresa. Isso inclui recrutamento, seleção, treinamento, desenvolvimento de carreira, avaliação de desempenho, remuneração, benefícios, comunicação interna, cultura organizacional, entre outros aspectos que impactam diretamente o capital humano e o ambiente de trabalho.
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A expressão Gente e Gestão enfatiza a importância das pessoas como um dos principais ativos de uma organização e reconhece que uma gestão eficaz dos recursos humanos é fundamental para o sucesso e sustentabilidade do negócio. E também ressalta a necessidade de uma abordagem humanizada e centrada nas pessoas na condução das atividades relacionadas à gestão de talentos dentro da empresa e a produtividade sustentável. (Foto: Kaboompics.com/Pexels)
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