Temos em Jundiaí um patrimônio ambiental significativo, composto de Mata Atlântica, que envolve quatro municípios, que resultou inclusive no tombamento da Serra do Japi, bem como na criação da APA – Área de Proteção Ambiental de Jundiaí e Cabreúva. Temos muitas leis protegendo essa área, com inúmeros valores ambientais, inclusive paisagístico e cultural. Infelizmente, embora seja nossa “menina dos olhos”, tivemos fogo na Serra do Japi (de novo). Infelizmente, este importante patrimônio natural, vem sendo atingido por incêndios florestais.
Um grande incêndio, na última semana, que durou em torno de três dias para ser finalmente controlado, atingiu uma área significativa da Serra do Japi, no local conhecido como Fazenda Santa Marta, próximo da divisa com Cabreúva.
Houve um trabalho importante e coordenado entre diversos órgãos para o controle do fogo, incluindo Corpo de Bombeiros, Divisão Florestal da Guarda Municipal, Defesa Civil da Prefeitura de Jundiaí, entre outros, inclusive de órgãos de outras Prefeituras da região, a quem rendemos gratidão pela ajuda importante. Houve também participação da sociedade civil e de colaboradores da empresa proprietária da área, que se colocou a disposição para a apuração das causas e também recuperação da área.
As características da área atingida, com muita vegetação nativa e morros, dificultam o acesso, atrasando o combate e a extinção do fogo, aliado ao tempo seco e vento que facilitam a propagação.
Infelizmente muitas árvores, muita vegetação em geral e certamente muitos animais foram atingidos.
A questão de incêndios, queimadas e fogo vem sendo sempre tratada por diversos canais visando inclusive maior conscientização.
Foi com esse objetivo de conscientização que em artigo anterior, publicado em 12.05.23, com o tema “Fogo na mata, mata”, foram apontados os riscos dessa situação preocupante nos meses mais secos.
São diversos os fatores que podem gerar queimadas, mas o principal é pela conduta do ser humano, seja ateando fogo criminosamente, seja fazendo uma fogueira ou limpando terreno ou pasto com fogo, seja jogando bitucas de cigarro acessas, seja soltando balões, entre outros comportamentos irresponsáveis e proibidos, tanto em áreas rurais, como áreas urbanas.
Os danos as espécies vegetais e animais são inúmeros, prejudicando o equilíbrio dos ecossistemas e a recuperação pode demorar anos.
O trabalho dos Bombeiros, Guarda Municipal, Defesa Civil e outros é fundamental, bem como o monitoramento realizado em ações em parceria com a Prefeitura, visando detecção e combate o mais rápido possível. Vale nota o excelente trabalho da Defesa Civil de Jundiaí na formação e coordenação de brigadas de incêndio, como trabalho de prevenção e combate.
Entretanto, sem conscientização da população em geral, continuaremos com esses lamentáveis incidentes que tantos prejuízos causam à natureza. Depois não podemos ficar alienados dos inúmeros problemas que afetam o planeta, nossa única casa, como se tem falado tanto recentemente, envolvendo o aquecimento global, com recordes de altas temperaturas, o que também provoca danos e mortes. Não podemos culpar as atitudes de outros países, governos, das indústrias, enquanto não houver maior conscientização do ser humano, evitando práticas que possam causar incêndios florestais.
Agora resta apurar as responsabilidades por esse incêndio (e por outros que venham a ocorrer), inclusive criminalmente e exigindo-se recuperação ambiental adequada.
Por outro lado, é valiosa a colaboração da sociedade civil e dos órgãos públicos para que haja cada vez mais: ações preventivas, com conscientização, brigadas de incêndio e aceiros; organização e trabalho articulado entre os diversos órgãos; destinação de mais recursos técnicos e humanos para facilitar o combate de incêndios florestais; monitoramento por câmeras e satélites; treinamentos e equipamentos modernos de combate, incluindo aeronaves para combate de incêndios florestais.
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Comemorar as ações positivas, melhorar a conscientização e educação ambiental, bem como traçar estratégias e obter mais recursos no monitoramento e também no combate a incêndios e, antes que me esqueça, punir severamente quem dá causa a esse tipo de situação, valendo a pena sempre denunciar e ajudar as autoridades nas apurações que são necessárias.
Acredito que preservar o Meio Ambiente gera reflexos magníficos para toda a sociedade, concordando que “quando o homem aprender a respeitar até o menor ser da Criação, seja animal ou vegetal, ninguém precisara ensiná-lo a amar seu semelhante”. (Albert Schweitzer, filósofo, teólogo e médico alemão). Foto cedida por Vania Nunes da Fundação Serra do Japi
CLAUDEMIR BATTAGLINI
Promotor de Justiça (inativo), Especialista em Direito Ambiental, Professor Universitário, Consultor Ambiental e Advogado. Membro da Comissão de Meio Ambiente da 33ª Subseção-Jundiaí da OAB-SP. E-mail: battaglini.c7@gmail.com
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