QUE SUSTO!

susto

Descia pela Avenida 9 de Julho em direção ao centro quando na altura do Jundiaí Shopping fui surpreendido com freadas bruscas à minha frente. Que susto! Felizmente todos estavam dentro dos limites de velocidade da via e não houve colisões nem feridos. A causa? Soubemos quando seguimos adiante e pudemos observar que uma senhora tentou atravessar a movimentada avenida na faixa de pedestres. A legislação de trânsito é muito clara: a preferencial, como o nome indica é do pedestre, entretanto por aqui essa regra é desconhecida e ignorada.

Em outras cidades, provavelmente origem da pedestre quase atropelada, a faixa de pedestres é rigorosamente respeitada. Quando ainda era diretor de instituição de ensino superior ia com muita freqüência a Brasília para as regulares peregrinações pelo MEC e pelo INEPE, órgão ligado às avaliações educacionais, para acompanhar processos e participar de eventos, simpósios e congressos. Em uma das primeiras vezes acordei bem cedo e fui fazer minha caminhada habitual no Parque da Cidade. Um lugar muito bonito especialmente estruturado para a prática de esportes como me informaram e constatei. Espero que continue bem cuidado.

Para acessar o espaço público era preciso atravessar uma avenida larga e movimentada àquela hora. Aguardava na calçada uma oportunidade para fazer a travessia na faixa de pedestres quando duas pessoas em passo acelerado passaram por mim e entraram na via ignorando o movimento. Para minha surpresa imediatamente todos os veículos pararam numa demonstração de urbanidade que nunca havia visto. Atravessaram sem susto. Aproveitei para seguir adiante e entrar no parque. Na volta, mesmo receoso entrei na faixa para atravessar e novamente todos os carros pararam sem nenhuma irritação ou buzinas. A educação no trânsito na capital federal era efetiva, não sei se ainda é.

Gramado, no Rio Grande do Sul é outro exemplo de convivência saudável entre motoristas e pedestres. Ao que me consta a cidade nem semáforos tem. Os reguladores de tráfego foram substituídos pela gentileza. Embora seja uma cidade turística e muito movimentada em determinadas épocas parece que o sistema funciona em mais uma vitória para a educação no trânsito.

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Entendo que valeria a pena realizar estudos para ver se podemos seguir estes exemplos e evitar riscos. É uma tarefa de longa duração, pois mudanças comportamentais são difíceis de serem implantadas. Requerem muita vontade política e o envolvimento de vários setores da sociedade com campanhas e, sim, vigilância e punições. Quando voltei de Brasília tentei atravessar uma rua não muito movimentada na faixa de pedestre e, ao invés de gentileza obtive uma freada, uma buzinada e um xingamento. Isto sem contar o novo susto. Será que conseguiríamos mudar a cabeça deste tipo de motorista, dono da rua, que não respeita a faixa nem presa pela vida do pedestre. Não é impossível, mas não custa tentar.(Foto: Kaique Rocha/Pexels)

FERNANDO LEME DO PRADO

É educador

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