Vejo, com certa frequência, nos mais diversos meios de comunicação, notícias sobre o estado da nossa economia e dos seus desdobramentos nos empregos, nas empresas e no comércio em geral. São elencados os mais diversos fatores para justificar esta situação inclusive a instabilidade das vendas, entretanto há alguns aspectos que não são considerados como a dificuldade cada vez maior de se comprar um produto em uma loja física que aqui vou relatar. Considerei a ideia de trocar minha TV atual por outra mais moderna e eventualmente maior. Assim, diligentemente, fiz minha pesquisa na internet e identifiquei os modelos que me atenderiam e seus respectivos preços. Com esta informação fui ao shopping para efetuar a compra. Antes devo esclarecer que ainda tenho dificuldades para comprar on-line, pois sou do tipo que gosta de experimentar o sapato antes comprá-lo por uma foto, como, imagino, muitos dos que nos leem, assim, ainda prefiro uma loja ao invés da internet.
São muitas as que vendem produtos eletrônicos, então entrei em uma delas, fui prontamente atendido e o especialista em TVs me mostrou os modelos, explicou o funcionamento e esclareceu minhas dúvidas. Como não dá para sair carregando um televisor da loja ficou estabelecido que seria entregue em meu endereço pelo preço que estava anunciado. O vendedor aproveitou para me vender o suporte para o aparelho e um caríssimo serviço de instalação do mesmo. Tudo certo, entretanto, antes de pagar, teria que esperar pela aprovação de um cadastro. Achei aquilo estranho, pois embora pagando com cartão não haveria risco para a loja. Na realidade, o que constatei é que não era uma compra na loja, mas no site pela loja, para isto o tal de cadastro.
Aguardei, pacientemente e quando parecia finalizado o vendedor veio com uma conversa de que o gerente havia concedido um desconto mediante adesão num plano de garantia da loja e me apresentou o valor. Fiz as contas e observei que o valor com o “desconto”, gentilmente oferecido, era maior que o somatório dos produtos que eu estava comprando. Questionado o vendedor insistiu que o preço era aquele o que considerei abusivo e desisti da compra. Vamos tentar comprar a TV em outro lugar, pensei.
Na loja seguinte, que me pareceu mais coerente, o preço de loja era maior, mas se eu quisesse comprar pelo site usando meu celular na própria loja o preço da TV era o mesmo da loja anterior. Mais uma vez bastava verificar o cadastro. Cabe aqui lembrar que quando alguém me diz que uma coisa é fácil de fazer fico com a pulga atrás da orelha. Essa facilidade alegada depende, evidentemente, dos conhecimentos e dos referenciais de cada um. O que parece simples quase sempre é muito relativo.
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Tentamos ativar o cadastro e não conseguimos, pois eu precisaria me lembrar da senha utilizada na elaboração de um suposto cadastro anterior. Mais uma das minhas características: pode parecer paradoxal, mas sou incapaz de memorizar números e senhas. Sem a senha a compra não poderia ser feita. O vendedor não desistiu: vamos fazer um novo cadastro, sugeriu. Mais uma vez o sistema não permitiu, pois quando entravamos com o número do meu CPF éramos informados que este número pertencia a um cadastro já existente, assim não seria possível fazer um novo. Diante desta situação, de características Kafkanianas, me lembrei de um artigo que previa o fim das lojas físicas e o fechamento dos shoppings, com o que tenho que concordar, pois eu tentei, mas não consegui comprar uma TV.(Foto: Proteste)

FERNANDO LEME DO PRADO
É educador
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