A vida nos NÃO LUGARES

vida

A crença em uma vida eterna é uma das mais antigas e universais convicções humanas, atravessando diferentes culturas, religiões e épocas. Essa ideia transcende a noção de finitude que o corpo físico impõe, oferecendo esperança, conforto e um propósito maior. Assim analisaremos a vida nos não lugares.

Para aqueles que acreditam na continuidade da vida após a morte, a vida não termina com o último suspiro; ela continua em outras formas e dimensões, em um ciclo infinito de existência. A crença na vida eterna é, sem dúvida, um bem inigualável, pois não apenas nos consola diante da inevitabilidade da morte, mas também nos fortalece para viver o presente de maneira mais plena e significativa.

Quando falamos sobre vida eterna, muitas vezes nos referimos a um conceito que vai além da materialidade do mundo. A vida eterna habita os “não lugares” – espaços onde o corpo físico não é necessário, e a essência do ser pode existir de forma pura e plena.

Esses “não lugares” podem ser vistos como dimensões espirituais ou metafísicas, onde a alma continua sua jornada. Essas dimensões não estão sujeitas às limitações do tempo e do espaço, e é nesse contexto que a crença na vida eterna se fortalece.

A ideia de “não lugares” sugere que a vida não está confinada ao aqui e agora, ao corpo ou ao mundo físico. Em vez disso, a vida se manifesta em diferentes formas, transcendendo a realidade tangível e se expandindo em planos espirituais ou desconhecidos.

Essa noção nos permite entender a vida eterna como um estado de continuidade, onde a alma, a energia vital, ou a consciência do indivíduo persiste em outros níveis de existência. Portanto, mesmo quando deixamos o mundo físico, nossa essência permanece viva em um “não lugar”, onde continua sua jornada infinita.

A crença na perenidade da vida nos proporciona uma sensação de continuidade que desafia a finitude da morte. Se a vida é eterna, então a morte, como a entendemos, é apenas uma transição de um estado de existência para outro.

Esse conceito é poderoso, pois muda completamente nossa percepção sobre a vida e a morte. Em vez de temer o fim, passamos a encarar a morte como um recomeço, uma passagem para outra dimensão ou forma de existência.

Essa crença na perenidade também nos dá uma compreensão mais ampla do ciclo da vida. A vida, nesse sentido, não é um evento isolado, mas parte de um processo contínuo de transformação. A existência física é apenas uma etapa dessa jornada maior, que continua em outras formas e dimensões.

Essa visão nos permite ver o presente como um ponto de passagem, e não como um destino final. Ela nos encoraja a viver de maneira mais consciente e plena, sabendo que, independentemente do que aconteça aqui, a vida continuará de uma forma ou de outra.

A crença na vida eterna traz consigo uma série de valores positivos que impactam diretamente nossa maneira de viver o presente. A primeira e mais evidente consequência dessa crença é o fortalecimento espiritual e emocional. Saber que a vida continua, mesmo em outra forma ou dimensão, oferece consolo em momentos de dor e perda.

Para aqueles que sofrem com a perda de entes queridos, por exemplo, a ideia de que esses indivíduos continuam a existir de alguma forma é um alívio incomensurável. Não há despedidas definitivas, apenas pausas na jornada, até que possamos nos encontrar novamente em outro lugar.

Outro valor essencial que essa crença traz é a resiliência. A certeza de que a vida não se limita ao que experimentamos no plano físico nos torna mais fortes diante das adversidades. Crer na continuidade nos ajuda a enfrentar desafios e dificuldades com mais coragem, pois sabemos que nossa existência vai além dos problemas cotidianos.

Tudo o que vivemos aqui é parte de um processo maior, e essa perspectiva nos dá forças para lidar com as situações difíceis de maneira mais serena e confiante. Além disso, a crença na vida eterna nos ensina a valorizar o presente de forma mais intensa.

Paradoxalmente, é a certeza de que a vida continua que nos motiva a viver o agora de forma mais plena. Sabendo que a existência não termina com a morte, podemos nos concentrar em aproveitar cada momento, em cultivar relacionamentos significativos, em buscar sabedoria e crescimento espiritual.

Essa crença nos encoraja a viver com propósito, pois entendemos que nossas ações, escolhas e aprendizados não são em vão; eles fazem parte de uma jornada eterna de evolução.

Para aqueles que acreditam na vida eterna, o propósito de viver no presente não se limita a conquistar bens materiais ou alcançar sucesso efêmero. Em vez disso, a vida terrena é vista como uma oportunidade de aprendizado e crescimento.

Cada experiência, seja ela boa ou ruim, tem um significado maior, contribuindo para o desenvolvimento espiritual que se estenderá para além da existência física. Isso confere um propósito mais profundo à nossa vida atual, nos incentivando a buscar virtudes como a compaixão, a generosidade, o perdão e o amor.

A crença na continuidade também nos faz refletir sobre a responsabilidade de nossas ações. Se a vida é eterna, então o que fazemos aqui ressoa para além desta existência. Nossas atitudes e escolhas impactam não apenas o nosso presente, mas também a jornada futura da nossa alma.

Isso nos incentiva a viver com mais consciência e responsabilidade, sabendo que as consequências de nossas ações podem reverberar em outras formas e dimensões. A vida, portanto, torna-se um processo contínuo de evolução moral e espiritual, onde cada escolha importa.

A crença numa vida eterna é um bem inigualável, que transcende as limitações do mundo material e oferece um sentido de continuidade que nos conforta e fortalece. A vida, de acordo com essa visão, não está limitada ao plano físico; ela se expande para “não lugares” e se manifesta de formas perenes em outras dimensões.

VEJA OUTROS ARTIGOS DO PROFESSOR AFONSO MACHADO

KARDECISMO, UMBANDA E CANDOMBLÉ

AMIZADE É UMA DÁDIVA

POLÍTICA, RELIGIÃO E GÊNERO

Essa crença nos oferece não apenas consolo diante da morte, mas também resiliência, propósito e uma visão mais ampla da existência. Ela nos ensina que o presente é uma parte valiosa de uma jornada muito maior, e que as lições e experiências que vivemos agora têm impacto não apenas no aqui e agora, mas também em dimensões que vão além da nossa compreensão.

Viver acreditando na continuidade da vida é, sem dúvida, uma forma de fortalecer tudo aquilo que vivemos atualmente, tornando a vida mais rica, significativa e repleta de propósito.(Foto: cena do filme ‘Amor Além da Vida’, de 1998)

AFONSO ANTÔNIO MACHADO 

VEJA TAMBÉM

PUBLICIDADE LEGAL É NO JUNDIAÍ AGORA

ACESSE O FACEBOOK DO JUNDIAÍ AGORA: NOTÍCIAS, DIVERSÃO E PROMOÇÕES