Uma VIRADA DE ANO para não esquecer

virada

Quem não tem uma história inusitada ocorrida na passagem do ano que atire a primeira pedra. Por ser uma data muito emblemática, é impossível não se lembrar de traumas passados na virada de um novo ano. Na minha família temos algumas passagens hilárias, outras nem tanto, mas quando a parentada se reunia, sempre acontecia o imprevisível. Um destes momentos, com certeza, está marcado para sempre na minha memória. E aconteceu faz muito tempo, numa madrugada de Réveillon, há mais de 30 anos.

Naquele ano o plano era almoçar na chácara dos meus tios, em Campo Limpo Paulista. Um dia antes a cozinha da minha casa mais parecia um restaurante, com panelas e travessas sobre o fogão, a pia e a mesa. O cardápio da virada incluía pernil, arroz, farofa, maionese, toda a sorte de petiscos, sobremesa, frutas da época. Comida para um batalhão.

Gostava de ver meu pai temperando as carnes. Ele colocava tudo quanto era tempero, mexia bem, espalhava generosamente por cima da carne e guardava na geladeira por alguns dias. Sim, dias, pelo menos uns dois. Quando íamos pegar uma água gelada, vinha uma lufada fria com os aromas do alho, cebola, salsa, louro. Já sabíamos que era a carne temperada na geladeira, que aguardava para ir ao forno. E quando chegava a hora de assar, a casa inteira ficava cheirando.

Depois de tudo preparado, as comidas e bebidas foram colocadas cuidadosamente dentro do carro. Eu fui no banco de trás, rodeada de toda a sorte de quitutes. Saímos bem cedinho, para aproveitar o dia. Mas, aí é que o imprevisível começou.  Uma chuva intensa insistiu em cair na região, por horas e horas. Quando chegamos à região da Figueira Branca, o carro atolou. Para piorar, qualquer movimento brusco do veículo causava um estrago nas panelas e travessas lotadas de doces e salgados. Meu pai desligou o carro e ficamos esperando a chuva passar e a estrada secar. Foram horas dentro do carro, completamente fechado por causa da chuva, respirando um ar carregado de toda a sorte de especiarias. Chegamos a cochilar durante a espera e quando percebemos, já estávamos beliscando alguns salgados.

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Naquela época celular existia apenas nos filmes de ficção científica, portanto, ninguém sabia onde estávamos. A chuva parou e conseguimos seguir viagem, mas com o carro ainda patinando nas ruas esburacadas e enlameadas. Foi um alívio quando pudemos abrir os vidros do carro e respirar um ar sem odor de pernil assado. Quando chega essa época do ano, sempre me lembro deste caso e me divirto sozinha. Bons tempos… E você, também já passou por um perrengue na virada?(Foto: reprodução Youtube/Lucas Pereira)

VÂNIA ROSÃO

Formada em Jornalismo pela Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero. Trabalhou em jornal diário, revista, rádio e agora aventura-se na Internet.

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