Nesses últimos tempos têm sido um sofrimento atroz acompanhar o Paulista e presidir seu Conselho de administração. Fomos dos céus aos infernos em pouco tempo, desde que chegávamos à final da Copinha e descobriram o “gato Brenner”, até a derrocada para a B1 – e, como se já não estivesse bom, com a designação de leilão do estádio Jayme Cinta, pelo menos nesta sexta-feira sem pretendentes à arrematação.

Não tenho a pretensão de examinar tudo que nos levou à situação atual, mas amadorismo e falta de competência são boas palavras, aliados à crise geral na economia e à falta de condições estruturais para manter o futebol profissional no formato atual.

 

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Mesmo quando estávamos na Al, à exceção dos jogos contra os grandes, que tinham entre quatro a seis mil pessoas, a média de torcedores já era por volta de mil, mil e trezentos, amplamente deficitária. Conforme caímos de divisões, estava ultimamente por volta de uns 400 torcedores, “gatos pingados” viciados no Paulista, mas que já vinham sem esperança de dias melhores. Aos prejuízos nos jogos somaram-se os prejuízos nas contratações de jogadores sem compromisso com a cidade de Jundiaí – e a cidade de Jundiaí sem compromisso com o Paulista, embora sinta-se, o cidadão jundiaiense, no direito de cobrar resultados sem nem mesmo pôr os pés no Estádio que não quer ver leiloado, muito menos ajudar o clube financeiramente.

Mas a verdade nua e crua é que o dinheiro acabou há muito tempo e há muito não se vê gente séria propor patrocínio sério (o que se tem são aventureiros querendo “pegar o clube” como se fosse o boteco do Juca, além de gente ainda mais amadora do que a atual querendo administrar o clube como se fosse uma ação entre amigos).

 

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Salvo se surgir um pretendente realmente sério – de verdade -, com dinheiro vultoso e planos para fazer ressurgir não um clube pequeno do interior, mas para lucrar com um empreendimento de ponta, formando jogadores e pagando os débitos formados em anos e anos de incompetência (há dívidas de verdade, mas também muitos espertalhões cobrando alto por serviços nunca prestados, ou pífios), a resposta ao título acima é NÃO! A continuar no sistema atual, NÃO sobreviveremos! Lamento informar – mas continuarei esperançoso de mudanças, como viciado em Paulista que somos, até o dia do Juízo do Trabalho final. (foto: Gustavo Amorim/Paulista FC)

 

SOBREVIVERCLAUDIO ANTÔNIO SOARES LEVADA
É desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo.