Falando sobre ficar bobo, atento ao mesmo tempo, capaz de mover o Estado de São Paulo por alguém, e por vezes ficar sentado, imóvel. Escoro-me hoje como proposto, na análise do amor, do amor e da beleza. Pergunta filosoficamente interessante: a beleza faz nascer o amor ou o amor faz nascer a beleza? Amamos uma pessoa porque é bonita ou é bonita porque a amamos?
Marsílio Fiscino (1433-1499), filósofo carcamano e maior representante do Humanismo florentino, definiu amor como “o desejo pela beleza”. Assim, penso: de que forma satisfazemos o desejo? E que beleza é essa?
Para nós, o que é muito interessante, a beleza que de fato nos instiga não é um padrão objetivo. Não é da capa da Vogue, Mens Health… até porque, se fosse, acredito numa só possibilidade: vivermos numa profunda frustração. Beleza é particular. Quando, misticamente, somos fisgado sem desejar alguém, é sutil. Aquela maçã da bochecha, pintas levemente existentes entre os seios, textura e cheiro de pele, pés bem cuidados… se sorri fácil, etc. Porque qualquer coisa dessas vem a responder, exatamente, aos nossos critérios inimagináveis?
E amar, ama-se inteligência, dons, e são mesmo itens amáveis, conquistadores. Somos atraídos, pelos atributos. São interesses… e pra mim tá certo! E sobre amar, simplesmente, alguém pelo que é? Amamos qualidades, e sobre amar fraquezas? Amar, conhecer os pontos fracos de alguém, agasalha-los, e viver juntos, permanecer perdidamente apaixonado mesmo assim? Aí mudou, avançou…porque já existiram erros e acertos, frustrações, momentos intoleráveis, amáveis e memoráveis. Deu-se chance, viveu-se efetivamente, o que hoje é bem difícil. É o que constatei, na minha pouca e ontológica experiência, mas, principalmente, observando e experienciando a experiência de outros. Amar despido de tudo que pode ser perdido, apenas pela essência. Bem que podíamos ter essa certeza, antes de apostar no amor… Na verdade, talvez não, porque poderia ficar sem graça. Onde íamos achar momentos enlouquecedores, de decepções viscerais e de puro desejo? Não teríamos.
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Entendo que o perigo divertido, que sustenta mesmo, é a mescla – a mesma curva do pescoço, que corremos suavemente os lábios de forma palatável -, é a mesma curva de pescoço receptora de irritação e acumuladora de tensão. Alguém amado é capaz de promover ambos, em uma pequena janela de minutos. Amor, eis o amor… Tenha um ótimo dia!(Cena do filme ‘Romeu e Julieta’, 1996)

DIOGO GOMES RIZZI
Administrador, filósofo, especialista em negociação. Experiente em gestão de negócios no Brasil, América Latina e Central, Europa e Ásia. Estudioso e apreciador da literatura.
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