Pelo início do ano podemos imaginar o que veremos pela frente.Não podemos aquilatar cada detalhe, pela amostragem, mas que está beirando à loucura, isso está. São falas equivocadas, propostas sem direção, interpretações precipitadas e uma mesmice sem fim, em todos os cantos. Sobram piadas e propostas adivinhatórias, muitas delas mais fracas que os antigos horóscopos, mas sempre apontando para mudanças sem propósito.
Em minha função de pensante, venho a me perguntar: estas questões são mesmo questões de fundo ou são fumaças para nos confundir, enquanto as coisas sérias estão sendo tratadas sem nossa percepção? Ou isso mudou também? Ou a estratégia de enganar o público será outra? Desculpa, não é ser desesperançado, mas é ser pensante e crítico o suficiente para não me deixar iludir.
Volto a afirmar que estou numa torcida maluca para que tudo dê certo e para que as coisas andem como devem andar: adequadamente. Não interessa em quem votei ou votaria, como pouco interessa quem entrou ou não entrou. Interessa acreditar na democracia e esperar que as coisas andem democraticamente, ainda que tenhamos um leve ranço de revanche e de inovações pouco cabíveis.
Neste clima de empolgação pelo certo e pelo errado inicial, ingenuidade de lado e pessimismo controlado, torço para que meu país não seja mais usurpado e que meus parceiros brasileiros não sejam mais uma vez usados. Vamos agir com seriedade, buscando as mudanças que queremos: esse deveria ser um princípio básico para todos nós, eleitores, em início de governo. Na verdade, a situação está muito complicada.
No âmbito estadual vemos alterações no sistema de educação e de saúde, com total visão às comunicações midiatizadas. Percebemos que no auge da pandemia tivemos muitos problemas com aulas e consultas on-line, ainda que elas tenham sido a solução para que não permanecêssemos na estaca zero. Entretanto, as consultas não foram de tudo eficientes nem as aulas foram totalmente proveitosas, pela ausência de sinal de internet. Agora, num passe de mágica, este canal passará a ser a tônica e a solução de nosso país, sempre com lampejos de novidade e total disponibilidade.
Os desdobramentos que estamos ouvindo e verificando, em nosso estado e no país, são de uma dificuldade de compreensão que, qualquer pessoa sensata estaria preocupada: novo, novo, mesmo, nada ainda. Mas vamos dar tempo ao tempo e aguardar pelas ações mais concretas, que estão por vir; sempre se pode surpreender positivamente. Sempre.
No meio de tantas confusões partidárias, de conflitos de facções e divergências de opiniões, vivenciamos duas perdas de alto quilate: a partida do Papa Emérito e de Edson Arantes do Nascimento, cada um deles atraindo olhares do Mundo para o sepultamento e para a história de vida de cada um deles. Lógico está a distância entre um e outro; em suas trajetórias percebemos o direcionamento deles e o motivo pelo qual a admiração do povo se voltou para eles.
Realmente podemos afirmar que nosso país parou diante das perdas lamentáveis e doloridas, entretanto muito se aprendeu com elas. Ao menos foi possível dimensionar o grau de interferência de figuras contemporâneas, como estas, na história do Mundo, restando-nos seguir em frente e identificarmos propostas inovadoras de mudanças de nosso povo, frente aos seus líderes, sejam lá quem forem.
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Muitas vezes somos indagados se um povo culto e avançado precisa de líderes e, mais ainda, para que nos servem os líderes. Estas duas questões caem como uma luva, para o momento que vivenciamos, visto o fato de estarmos no olho do furacão: para que nos servem os líderes? Será que teremos condições de respondê-la? Ou melhor: será que temos sabedoria para respondê-la?
Minha única saída é que o tempo nos revelará. Ainda que nos custe sofrimentos e retaliações, um dia saberemos o valor de um líder e a importância dele será validada pelo grau de crescimento que a civilização alcançará. Não sem nos perguntarmos: mas precisamos mesmo de um líder? De que tipo de líder? Vamos viver e aprender. Nada a declarar.(Foto: Pexels/Mart Prodution)
AFONSO ANTÔNIO MACHADO
É docente e coordenador do LEPESPE, Laboratório de Estudos e Pesquisas em Psicologia do Esporte, da UNESP. Mestre e Doutor pela UNICAMP, livre docente em Psicologia do Esporte, pela UNESP, graduado em Psicologia, editor chefe do Brazilian Journal of Sport Psychology.
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