Em 2008 nas eleições municipais alguns deputados se elegeram como prefeitos no Estado de São Paulo e eu que tinha disputado a eleição de 2006 a deputado, e era suplente, acabei sendo chamado para assumir na Assembléia Legislativa. Após uma boa briga com o PT que reivindicava meu cargo acabei assumindo em março de 2009. Era o único deputado do PCdoB e confesso que estreava no parlamento me sentindo meio sozinho. Lembro-me que entrei no plenário e logo no primeiro dia já havia votação. Achei o ambiente meio confuso e percebi que tinha muitas artimanhas no ar. Enfim votei pela primeira vez, sem muita informação e sem muita convicção, mas prometi a mim mesmo que procuraria estudar tudo e me dedicar ao máximo para ocupar meu espaço e representar bem a nossa região.
Naquele mesmo “primeiro dia” de Assembléia me informaram que eu era líder do partido. Fiquei pensando qual a vantagem de ser líder de mim mesmo, já que eu era o único deputado do partido. Mas descobri que havia o Colégio de Líderes, um conjunto de representantes de cada partido que se reúne toda semana e define a pauta de trabalho das sessões, e onde ocorrem as mais importantes discussões. Não tenho dúvida em afirmar que aprendi muito neste colegiado.
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Foi no Colégio de Líderes que descobri mais uma informação importante nas primeiras horas como deputado. Eu já tinha conhecimento que cada deputado tinha direito a indicar recursos através de emendas parlamentares, mas achei que não teria este direito naquele ano. Mas tinha. Eram R$ 2 milhões cuja finalidade aguardava minha indicação. Pois bem, reuni a equipe e discutimos que a melhor aplicação destes recursos seriam entidades assistenciais. E assim fizemos. Um amigo (Antonio Carlos) tinha sugerido que assim que assumisse o mandato encaminhasse recursos ao Grendacc. Meu assessor Simões, que também foi vereador, fez a visita a entidade e destinamos R$ 250 mil na época. A verba chegou na hora certa, para conclusão de uma obra. Fiquei feliz em poder ajudar. Depois tive outras duas oportunidades de ajudar o Grendacc, ainda como deputado liberando nova verba (R$350 mil) e depois como Prefeito liberando R$ 500 mil num acordo com a Câmara Municipal.
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Falo do Grendacc, pois a entidade vive neste momento uma dificuldade que não deveria estar passando. Após todo o investimento feito graças ao esforço e mérito daqueles que dirigem a entidade e do decisivo apoio da comunidade jundiaiense, o Governo Federal não quer credenciar o hospital devido ao número mínimo de leitos. Uma regra burocrática que se torna um absurdo completo e que mostra o desconhecimento do trabalho e do alcance social desta entidade. Mais uma pedra no caminho que a entidade precisa remover e pra isso conta com o apoio da comunidade jundiaiense.
PEDRO BIGARDI
É jundiaiense, 57 anos, engenheiro civil, casado com Margarete e pai de Patricia, deputado estadual (2009 – 2012) e prefeito de Jundiaí (2013 – 2016).