O ex-vereador Antônio Carlos Albino(foto) afirmou, ontem(23), que assumiu a coordenação regional do partido Novo. Ele disse que já iniciou conversas para “somar e aumentar a capacidade política da sigla já que hoje não conta com representantes nos parlamentos de Jundiaí e cidades vizinhas”. O objetivo de Albino é lançar candidaturas a deputados para as eleições do próximo ano e montar chapas fortes para 2028, ano de eleições municipais. “Mas sempre com o objetivo de somar e agregar”, reforçou. O problema é que a conta de adição dele não está fechando neste momento. A principal estrela do Novo de Jundiaí, o vice-prefeito Ricardo Benassi, deverá deixar o partido, sendo cotado por outras siglas a pré-candidato a deputado federal, conforme informou o Jundiaí Agora na noite de ontem(23). Já sobre a presidência do Novo em Jundiaí, Albino explicou que a questão ainda está sendo avaliada. Ele não informou se já oficializou a saída do Partido Liberal(PL), pelo qual concorreu no ano passado a vice-prefeito, na chapa encabeçada pelo ex-gestor de Governo e Finanças da Prefeitura, José Antônio Parimoschi, também do PL.
A chegada de Antônio Carlos Albino ao Novo já era esperada. No último dia 11, o Jundiaí Agora publicou entrevista com o ex-presidente do partido, Luiz Biondi. Na ocasião, o Diretório Municipal do Novo tinha sido extinto. A ordem veio de cima, do Diretório Nacional, e foi o que mais incomoda os filiados locais, segundo o ex-presidente Biondi. O processo tem a ver com a volta ao partido do deputado federal Ricardo Salles, o ex-ministro do Meio Ambiente do governo Jair Bolsonaro, e que é lembrado pela frase infeliz: “vamos deixar a boiada passar” para mudar regras da pasta que comandava, enquanto a imprensa estava preocupada com a cobertura da pandemia de Covid. Biondi está no Novo desde 2018. No ano passado, foi eleito presidente e através de suas articulações trouxe de volta Ricardo Benassi. A partir daí, costurou a composição entre o Novo, o União Brasil de Gustavo Martinelli e outros partidos. O resultado foi a vitória no segundo turno das eleições municipais. Para voltar para o Novo, Salles teria exigido que Albino assumisse o diretório local. Biondi enfatizou que não tem nada contra nenhum nome. Para ele e para os filiados, o problema está na forma como todo o processo foi conduzido, sem democracia, sem transparência e sem respeitar o mérito dos que conseguiram vencer as últimas eleições municipais.
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Albino, que foi presidente da Câmara na última legislatura, estaria insatisfeito com o PL, segundo conversas de bastidores. O descontentamento dele seria direcionado ao presidente do partido na cidade, Adilson Rosa. Ele não é o único. Rosa, no início dos trabalhos legislativos deste ano prometeu, em vídeo postado nas redes sociais, expulsar os vereadores Madson Henrique, João Victor e Thiago da El Elion. Os três votaram em Edicarlos Vieira, do União Brasil, para presidente da Câmara. Edicarlos é do mesmo partido do prefeito Gustavo Martinelli. O PL, porém, tinha candidata para o cargo: a vereadora Quézia de Lucca. Adilson nunca cumpriu a promessa o que o desmoralizou junto ao grupo de vereadores que ele chamou de ‘traidores’. Sessões atrás, João Victor chegou a ironizar o episódio, dizendo que ele e os colegas tinham sofrido ataques “do presidente de um partido”. Não se deu ao trabalho de citar o nome de Rosa.
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Futuro – A chegada do ex-vereador do PL ao Novo, assim como a saída de Benassi, dá início a uma série de especulações. Começando pelo Novo: com o vice-prefeito migrando para outro partido, muitos filiados irritados com a forma como Albino chegou ao poder certamente deverão acompanhá-lo. É o caso do ex-presidente da sigla, Biondi. O ex-vereador deverá, caso seja indicado como presidente do Diretório Municipal, pegar um partido esvaziado.
A verdade é que a permanência de Benassi no Novo seria uma incoerência política difícil de explicar. Primeiro porque Albino foi adversário dele e Martinelli nas últimas eleições municipais. E quem acompanhou o processo eleitoral sabe que os dois lados trocaram golpes duríssimos para serem esquecidos em apenas seis meses. Segundo: o próprio Biondi, em entrevista ao Jundiaí Agora(clique acima), afirmou que a forma como o ex-vereador chegou contraria tudo o que o Novo prega. Pelas mãos do ex-ministro Ricardo Salles, o Novo ficou velho.
Já no PL, é mais do que esperado que Albino deverá atrair vereadores descontentes como Madson, João Victor e Thiago. O filho do ex-presidente da Câmara, Rodrigo Albino, deverá migrar para o Novo também. Se isto realmente acontecer, o partido se tornará o maior do Legislativo local, com quatro representantes. O PL, que hoje tem bancada mais robusta, ficaria com apenas dois vereadores: Quézia, Leandro Basson. Isso se estes vereadores não decidirem também pular do barco na próxima janela partidária. Sem Ricardo e com os vereadores ‘traidores’, segundo Adilson Rosa, Albino teria o partido mais forte da Câmara, o que extremamente relevante. Porém, não teria a ligação direta com o Paço Municipal. Continuaria sendo oposição.
Benassi é a cereja deste bolo político porque já provou que é bom de voto e é o segundo em comando na Prefeitura. O Diretório Nacional errou feio em adular Ricardo Salles sem consultar o vice-prefeito de Jundiaí. Não levou em consideração que ele foi peça fundamental para uma virada eleitoral histórica ocorrida numa das principais cidades do país. Agora, pesquisas indicariam que Benassi seria o único capaz de bater de frente com o ex-prefeito Luiz Fernando Machado(PL) na disputa por uma cadeira na Câmara dos Deputados, em Brasília. E mesmo que não queira ser pré-candidato a deputado federal, a saída dele do Novo afetará o equilíbrio político em Jundiaí. O Novo não será o mesmo. O PL também. E a futura sigla de Benassi, nem se fale.
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