AMARGURA, dependências e o coração em paz…

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Não tinha dúvida de que era ele o homem de sua vida. Trazia-lhe um mundo sobre o qual ouvira apenas nas aulas de História e Geografia. Nascida em cidade pequena do interior, as paisagens que dispunha eram restritas. Comentou que viajariam muito e ela admiraria, do passado e do presente, o que mais lhe chamava a atenção. Mulher inteligente e preparada. Lamentou, somente que, pela pressa de seus negócios em outras plagas, seria impossível subirem ao altar. Foi com ele e os percursos se tornaram de amargura e dependências.

Passaram-se décadas e, mesmo assim, não se esquecia de cantarolar do tempo da Jovem Guarda: “Vestido Branco” da Martinha: “Hoje vou sair de casa/ De vestido branco/ Vou mostrar que tenho/ Um sorriso franco. / Vou mostrar que venho/ De um sol distante/ Mas num só instante/ Eu vou mostrar quem sou…” E parava nas duas primeira estrofes.

Interessava-se muito, há tempo, pela manifestação de Deus às pessoas, pelos textos bíblicos, pelas revelações que fazem o ser humano compreender, pela fé, que vamos além da casca que nos envolve.

Foi em dezembro, durante o Advento, que resolveu dar o primeiro passo para o vestido branco que ficara em seus sonhos de menina. Compreendeu que, sem exceção, Deus pode restaurar a pessoa e até mesmo socorrê-la de sua amargura, se clamar por Ele, dos pântanos do mundo. Decidiu fazer a Primeira Comunhão. Pediu para se confessar com o Padre Márcio Felipe de Souza Alves que, no próximo domingo, assume, como Reitor, o Santuário Santa Rita de Cássia. Considera-o próximo, demais próximo, e do acolhimento, a partir da pandemia em março de 2020, quando ele, às quartas-feiras, enviava uma mensagem, via WhatsApp, e a bênção para todas as integrantes da Pastoral, a partir da Palavra de Deus e fortalecendo a esperança no Céu.

Confessou-se e a Primeira Comunhão aconteceu recentemente. Vestiu-se de branco, a filha fez a trança da infância e colocou um arco com pedrinhas brilhantes.

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Serena, consciente e voltada para seu interior, subiu ao altar com o sorriso meigo que a caracteriza. No dia seguinte, colocou em seu Facebook: “Onde o verdadeiro Espírito de Deus habita… Deus vivo me recebeu em Seus braços afetuosos e me embalou… Nada mais temo… Pois Ele é COMIGO… Huuuuuhuuu Pastoral da Mulher, Associação Maria de Magdala. Amoooooo!” Padre Márcio Felipe disse: “Palavras de quem de fato encontrou o Amado de sua alma”.

Recordei-me da música “Um coração para amar”, do Padre Zezinho:

“Um coração para amar, pra perdoar e sentir
Para chorar e sorrir, ao me criar Tu me destes
Um coração pra sonhar, inquieto e sempre a bater
Ansioso por entender as coisas que Tu disseste

Eis o que eu venho Te dar
Eis o que eu ponho no altar
Toma, Senhor, que ele é Teu
Meu coração não é meu.”
(Foto: Júlio Lufer/Youtube)

MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE

Com formação em Letras, professora, escreve crônicas, há 40 anos, em diversos meios de comunicação de Jundiaí e, também, em Portugal. Atua junto a populações em situação de risco.

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