OLHOS DA INFÂNCIA

olhos

Os olhos da infância me encantam. Há dias em que me recordo da minha com descobertas incríveis do mundo da fantasia. E tinha Carnaval também. Nossos pais sempre foram entusiastas das festas carnavalescas e nos vestiam com diferentes personagens. Lembro-me de minha fantasia de japonesa. No cabelo havia cerejeiras em flor e eu sempre me encantei com elas. “Quanta beleza e pureza/ Cabe dentro de você/ Traz no fundo o que renova/ Um botão a florescer. / Esse sorriso faz magia/ Faz a lágrima escorrer/ E é choro de alegria / Sobre a arte do nascer. (…)Flor de cerejeira/ Beleza sem fim/ Minha flor mais rara /A mais bonita do jardim.” (Flor de Cerejeira, de Babi Ceresa).

Atualmente, me tocam o coração o olhar das crianças com quem convivo na Casa da Fonte. Dizem do formato e da cor das pedrinhas e, como os infantes do mundo inteiro, constroem seus castelos no tanque de areia. Ah, se aparece uma joaninha! E os pássaros e borboletas… Há os calangos apressados. Temos lá colmeias e ninhos. Os anu-brancos e as maritacas fazem a festa.

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EPISÓDIO DA GRAÇA

Semana passada, quatros das meninas(foto principal), na faixa dos oito, nove anos ficaram entristecidas ao encontrar uma abelhinha morta. Sabem da importância delas na produção de mel e na polinização. São passos importantes na preservação da natureza. Lembrei-me do poema “Abelhas” da Arca de Noé de Vinícius de Moraes e li para elas: “A abelha mestra/ e as abelhinhas/ Tão todas prontinhas/ Para ir para festa / Num zune-que-zune/ Lá vão para o Jardim/ Brincar com a cravina/ Valsar com o jasmim/ Da rosa para o cravo/ Do cravo para a rosa/ Da rosa pro favo/  E de volta para a rosa/ Venham ver como dão mel/ As abelhas do céu”.

Conversamos sobre a abelhinha que não poderia mais brincar com as flores do Jardim do Beija-Flor.  As meninas ficaram pensando em uma forma de homenageá-la, até que veio, delas, a ideia de um enterro digno. Enterraram-na em uma caixa de fósforos. A área cercaram com pedras, enfeitaram com flores e fizeram uma placa com os dizeres: “Vá em paz, abelhinha”. Gostei tanto! Coração de gente miúda que bate em forma de verso e canção e valoriza doçura.

MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE

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