Crise climática é muito CARA

crise climática

Muita gente não quer encarar a crise climática e acha que apenas o governo é que deve cuidar dela. Não é assim. O agronegócio, considerado “a salvação da lavoura” tupiniquim, experimenta consequências concretas bem prejudiciais ao Brasil.

Isso vai repercutir no custo do Proagro, uma política do governo federal que tem meio século e que funciona como verdadeiro seguro rural. Garante o pagamento de financiamentos rurais de custeio agrícola quando a lavoura amparada tiver sua receita reduzida por causa de eventos climáticos.

Os eventos climáticos estão acontecendo com frequência e intensidade cada vez maiores. Em 2023, para trezentas e trinta mi operações seguradas, foram comunicados setenta e cinco mil sinistros. A arrecadação junto a agricultores foi de R$ 1,96 bi. Só que o governo teve de entrar com R$ 9,4 bi, dos R$ 10,4 bilhões gastos para cobrir os sinistros.

O cenário é considerado de tempestade perfeita para os economistas e técnicos estatais. Há uma combinação entre um desenho ultrapassado, pois o modelo foi criado há mais de cinquenta anos, conflitos de interesse o impacto negativo das mudanças climáticas.

Parece estranho que os bancos que concedem o financiamento são os mesmos que julgam se o seguro deve ou não ser pago. Será que têm isenção nesse julgamento? Ou não querem proteger o dinheiro que entregaram aos agricultores e, com isso, flexibilizam o exame do preenchimento de condições para a obtenção do valor indenizatório?

O agronegócio precisa entrar na cruzada da mitigação. Não se justifica ter sido excluído da questão de descarbonização, quando é sabido que a lavoura também contribui com a emissão dos gases venenosos. A crise climática deriva também do desmatamento, além do uso exagerado de combustíveis fósseis.

LEIA OUTROS ARTIGOS DE JOSÉ ROBERTO NALINI CLICANDO AQUI

Os agricultores sabem que o Brasil dispõe de 170 milhões de hectares degradados e que estes precisam ser restaurados. Quando houver mais floresta, ao menos uma parte do bilhão de árvores de que o Brasil necessita para cobrir seu déficit, haverá menos o que se lamentar em termos de desastres causados pelo aquecimento global. Quando o bolso dói, as ideias surgem. Por isso é que a questão da mudança climática deverá ser objeto da preocupação dos bons agricultores daqui por diante.(Foto: Arquivo EBC/Agência Brasil)

JOSÉ RENATO NALINI

VEJA TAMBÉM

PUBLICIDADE LEGAL É NO JUNDIAÍ AGORA

ACESSE O FACEBOOK DO JUNDIAÍ AGORA: NOTÍCIAS, DIVERSÃO E PROMOÇÕES