DESCARBONIZAÇÃO

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O rumo do Brasil em direção à descarbonização, urgente para mitigar os efeitos da mudança climática, tem um norte correto. Voltamos a ser considerados potência verde, promissora com o reconhecimento de que a natureza é nosso patrimônio maior. Quem é que dispõe de condições mais adequadas para combater o desmatamento criminoso, vedar a grilagem e o garimpo ilegal? Somos detentores de ativos ambientais preciosos: a maior floresta tropical do planeta, doze por cento de todas as reservas mundiais de água doce. Possuímos a dádiva de metais dos quais o futuro depende: lítio, cobre e níquel.

Por iniciativa privada, quase metade da energia já é renovável. Ainda fomos aquinhoados com vento, sol o ano todo, estrutura hidrelétrica em funcionamento e experiência em biomassa. Se investirmos na busca do hidrogênio verde, em biogás e etanol de segunda geração, atrairemos um mercado potencial de cento e trinta bilhões de dólares.

Para isso é preciso regular o mercado de carbono, incluindo o agronegócio, para benefício dele mesmo. Somos, sim, o celeiro do mundo. Sem necessidade de derrubar uma árvore a mais, podemos alimentar toda a Terra. O ideal seria restaurar áreas degradadas, que são superiores a setenta milhões de hectares.

Só falta entusiasmo coletivo. Muita gente boa faz coisas boas, mas de forma descoordenada. Isso é bom, mas pode ser melhor. Mostrar aos que nada fazem, que é possível a cada pessoa, individualmente considerada, aprimorar o ambiente e, com isso, aperfeiçoar a convivência.

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Extrair do solo aquilo que ele nos entrega em décuplo, generosamente, é participar do milagre natural da germinação, do crescimento, do desenvolvimento e da frutificação. Que isso também sirva como metáfora para cada um de nós: permitir que a semente da generosidade para com o ambiente germine em nossa consciência. Se desenvolva e produza colheita abundante, cujo resultado será contaminar com vontade e vigor, o desejo de devolver à Terra o que dela subtraímos de forma perversa e contraproducente.

Já temos tudo à disposição para a descarbonização: só falta vontade entusiástica para termos um novo Brasil. Muito mais próximo aos nossos sonhos.(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

JOSÉ RENATO NALINI

Desembargador aposentado, reitor da Uniregistral, docente da Pós-graduação da Uninove e Presidente da Academia Paulista de Letras.

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