Os mais antigos que acompanhavam as rádios de Jundiaí certamente vão se lembrar deste nome: Eliane Brick, filha de um militar que deixou saudades, o sargento Eloi Alves Cruz, que morreu com o título de capitão da Companhia de Comunicação, o quartel velho, na rua do Rosário. A voz de Eliane foi sucesso por aqui nos anos 1980(para matar saudade, veja o vídeo abaixo). Hoje, Eliana mora em Massachusetts, nos Estados Unidos. É correspondente do Brazilian Times. Também trabalha com patient observer at ER, ou observadora de pacientes com doenças mentais na Emergência de dois hospitais. Ainda dá tempo de Eliane Brick ser Police Matron (observadora de prisioneira feminina na cadeia) e nas horas vagas é figurante em filmes americanos onde conheceu várias celebridades de Hollywood. Ela está entre as ‘stars’. Aportuguesando: as estrelas do cinema(foto acima com o ator Mel Gibson). O Jundiaí Agora entrevistou a radialista que é veemente: não voltaria ao Brasil nem se fosse paga em ouro:
Você nasceu em Jundiaí?
Não. Minha família mudou para Jundiaí quando eu tinha dois anos.
Você é casada?
Sim. Com Michael Brick, há 23 anos, que é americano. Temos uma filha de 22, a Rebekka.
Onde morou e estudou em Jundiaí?
Morei na rua Riachulo, na vila Arens e na Waldomiro Lobo da Costa. Estudei em várias escolas: Paulo Mendes Silva, Geva, Siqueira de Moraes e finalizei no Anchieta, trabalhando como professora. Depois fiz curso de radialista no no Senac em Campinas onde recebi certificado do Ministério do Trabalho. Daí fui trabalhar como jornalista numa rádio da cidade.
Detalhe sua vida profissional por aqui…
Meu primeiro trabalho em Jundiaí foi aos 16 anos no departamento de Marketing da Vigorelli. Fiz parte da produção de TV do time que recebeu Bruna Lombardi em Jundiaí para filmagens. Aos 17 anos fui para Sifco. Ali trabalhei como recepcionista da portaria da avenida Sao Paulo, 361. Foi neste emprego, recebendo pessoas de todo país, que minha curiosidade despertou. Surgiu a vontade de morar fora do Brasil porque eu tinha que falar um pouco de inglês e espanhol. Eu me formei professora e fiz estágios no APAE de Jundiaí e outras escolas. Tive experiencias negativas com o sistema educacional. A falta de profissionalismo de algumas pessoas me fez desistir da carreira.

Fui contratada como repórter de uma rádio. Tive a honra de ser entrevistada pelo saudoso Hélio Luiz Lorencini. Ele me deu esta oportunidade. Foram anos inesquecíveis. No inicio houve pressão de alguns repórteres já que eu não tinha o registro de radialista. Eles se achavam no direito de me chamar – pelas costas – de ‘repórter mala’. Fui difamada. Porém, fui à luta e recebi meu diploma de radialista, me tornei voluntária da Produção da Rede Bandeirantes e levei muitas pessoas de Jundiaí para serem entrevistadas no programa de TV do saudoso Flávio Gikovate. Entrevistei muitos artistas que vinha a Jundiaí para shows como Luiz Ayrão, Jerry Adriani, Antônio Marcos, Leandro e Leonardo, além de políticos, e celebridades. O jornalismo acabou ficando pequeno para mim. Tive meu programa musical, o Exporta Som. O último, de sucesso, foi o Programa Vida. Através de meus trabalhos de radialista, repórter, apresentadora de programa de Radio conheci pessoas influentes nos Estados Unidos como o senador Tim Phillpot e esposa, do Kentucky, e outras pessoas que me incentivaram a partir para uma visita de intercâmbio.
A radialista de Jundiaí que vive aparecendo nos filmes de Hollywood




Sente falta de algo?
Somente de amigos, família, comida dos restaurantes locais, festa junina com bastante quentão e pipoca.
E o que menos sente falta de Jundiaí?
O transito na área central e fora do controle quase fui atropelada com minha filha na avenida Nove de Julho, numa de nossas visitas, há cinco anos.
Como foi a decisão de ir para o exterior?
Não decidi da noite para o dia. Foi um processo lento de um ano depois que conheci um casal de americanos missionários, durante uma convenção do Rio de Janeiro. O senador Tim Philpott e a esposa me convidaram para um intercâmbio em Miami. Foram cinco meses. morei em Pompano Beach, Kendal e Miami Beach sempre em casas de família. Voltei para o Brasil antes do vencimento do meu visto. Fiz as malas e me despedi de todos. Trabalhei numa rádio mais três meses e vim para Boston em 1996, onde moro até hoje.
E depois?
No meu primeiro mês morando em Boston conheci a família Paiva, dona do maior jornal brasileiro nos Estados Unidos, o USA Brazilian Times News Paper. Sou correspondente deles até hoje. Também morei em Somerville e Maynard.
Quais as diferenças que mais afetaram você?
O que mais me impactou na minha chegada foi o respeito humano com mulheres, idosos, crianças, animais e a forma preventiva de cuidar da saúde dos americanos. Isto é uma coisa que emociona até hoje. Os Estados Unidos é um país de oportunidades para quem respeita os direitos e deveres. Para quem fala inglês fluente se tem tudo nas mãos. Os americanos não são idiotas como a maioria dos imigrantes que estão aqui pensam. Principalmente aqueles que garimpam dólares de forma ilegal, dirigindo sem carteira de motorista. Acham que ninguém sabe. Mas o sistema americano é estratégico e eficiente. Eles sabem tudo o que está acontecendo. Para se descobrir fraudes é só questão de tempo…
Em algum momento pensou em voltar?
Nunca pensei que não me adaptaria aos Estados Unidos. Eu estava preparada e nunca pensei em voltar para o Brasil. Nem que me paguem em ouro! Se eu tiver que mudar daqui por um grande motivo, como uma guerra, minha primeira opção é o Canadá. Depois, o Alasca. Se um dia voltar para Jundiaí será apenas para visita. Bem rápida. Não volto para o Brasil em nenhuma circunstância.
Além de jornalista e policial, também faz pontas em filme?
Sim! Quem quiser conferir pode me ver no www.imdb.me/elianebrick. Trabalhei em 12 filmes, três comerciais e três séries da Netflix!
Os brasileiros são, ou não, respeitados?
Brasileiro que não fala inglês e faz permanentemente trabalhos comunitários acabam ‘estacionando’ e ficam frustrados. Já os que falam a língua do país fluentemente conquistam uma boa qualidade de vida. Trabalhar e não falar inglês causa falta de credibilidade e respeito. É a mesma coisa que ter um americano em Jundiaí, trabalhando como motorista de táxi, que não sabe falar o nosso idioma. Imagina a situação!
Como você lida com sua brasilidade?
Nasci no Brasil mas meu DNA é de origem italiana. Não me considero 100% brasileira mas jamais senti vergonha de ter nascido no Brasil. Tenho orgulho de ser o que sou independentemente da minha origem porque minha formação educacional direcionada pelos meus pais foi aberta e ate por isso não me consegui me adaptar no Brasil(na foto acima com a cantora Maria Alcinda)
Dá para comparar a cidade onde mora e Jundiaí?
Aqui é bem o tipo de Jundiaí. A diferença é que aqui sou amiga do prefeito, trabalho com a Policia local, os políticos aqui são autênticos, aqui não tem mendigos, os animais como cachorros e gatos tem cuidados especiais em shelters. Não tem nada que eu não goste da minha atual cidade. Ela é linda. Fica a meia hora de Boston, quatro horas do Canadá. Neva bastante no inverno. Mas tudo funciona.
Um dia seremos como os ‘gringos’?
Tudo e possível. Pelos últimos acontecimentos acho que há possibilidade em surgirem melhoras. Os governos passados perderam moral e controle financeiro. O povo hoje paga um preço alto por tudo. Mas, o brasileiro é um povo unido tralhador que pode ajudar a melhorar.
O que Jundiaí poderia ‘importar’ do seu atual endereço?
E uma pergunta interessante porque alguns anos atrás fiz contatos com pessoas da Câmara Jundiaí. A ideia era transformar Jundiaí cidade-irmã do local onde vivo. Não deu certo por falta de comunicação e tempo…
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