FIAT 147 e outros carros…

fiat

Eu e Claudia temos uma vida ativa. Trabalhamos, passeamos, fazemos pequenas viagens. O carro está incorporado em nossas vidas. Quando nos casamos tínhamos um Fiat 147 de 11 anos. E não tínhamos dinheiro para trocá-lo. Cada vez que íamos ao mecânico ouvíamos:

-Olha, esse carro vai parar!

Nada como a fé. Não parou e, finalmente, com ajuda de meu pai compramos um carro novo. O Fiat chegou a ser rejeitado em algumas revendas. Pobrezinho… Antes de irmos para outra loja, Claudia perguntou

– Quanto pediremos do Fiat na compra do carro novo?

-Pediremos R$ 700. Mas, venderemos por R$ 500 com satisfação”, respondi.

Ofereceram R$ 1.500 e digo de forma desapaixonada: aceitamos. Confesso que nos despedimos do velho Fiat com um agradecimento. Ele nunca nos deixou na mão. 

Já trocamos várias vezes de carro. Realmente não sou muito interessado no assunto, mas quando chega o momento de comprar outro modelo, começo a ler a respeito e vamos em concessionárias já com ideia do que queremos. Enxergo com as mãos. Apalpo toda a lataria contornando o veículo por completo. Entro para sentir o espaço interno. Em caminhonete subo na carroceria. Quero ver tudo.

Os vendedores se surpreendem com minha atitude. Em seguida, querem me mostrar os detalhes. É muito interessante. A cegueira deixa de existir porque sou um cliente como qualquer outra pessoa naquele momento.

Fazemos teste drive com Claudia ao volante. Discutimos as qualidades, o quanto oferecem pelo nosso e a beleza do carro.  Gosto de pensar bem. Não compramos por impulso. Claudia não tem muita paciência. Mas sempre decidimos pelo veículo que ambos gostaram.

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Minha sobrinha Marina sugeriu este assunto. Gostei de abordá-lo. Porque quando compramos carros ou qualquer outra coisa, o vendedor sempre começa falando com a Claudia, depois me dirige algumas palavras. Até conversar comigo simplesmente como um cliente. Estas situações também fazem parte do meu cotidiano, como portador de deficiência visual…

JOSÉ AUGUSTO DE OLIVEIRA

Formado em Psicologia na Universidade São Francisco (USF) e Psicanálise pelo IPCAMP(Instituto de Psicanálise de Campinas). Atua no AMI (Ambulatório de Moléstias Infecciosas da Prefeitura de Jundiaí) e em consultório particular. É deficiente visual. WhattsApp: (11) 982190402.

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