Reféns dos IMPORTADOS

importados

Ao acordar e abrir nossos olhos, iniciamos mais um dia na nossa jornada de reféns do grande universo dos produtos “Made in China”, “Made in Taiwan”, “Made in Coreia”… É impressionante como o mercado interno está dominado por importados. Procurar um item com a etiqueta “Made in Brasil” ficou mais difícil do que achar uma agulha num palheiro. Fico imaginando quantas empresas dos mais diversos segmentos foram fechadas por aqui por causa da demanda pelos produtos estrangeiros, que apesar de baratos, nem sempre apresentam a mesma qualidade.

Essa explosão pelos itens importados começou com a abertura do mercado brasileiro, que durante décadas foi bem restrito para a entrada da concorrência internacional. Lembro-me quena minha época de adolescente, quem era mais abonado podia ir para os Estados Unidos e trazer tênis All Star original, calças Levi`s, Fiorucci para ostentar nas festinhas. Era um desbunde.

Para os mais desafortunados, restavam as viagens para o Paraguai, onde se comprava de tudo e mais um pouco, de grifes famosas a artigos sem qualquer “raça definida”. Pelo menos 99,9% das mercadorias paraguaias eram falsificadas. Toscamente falsificadas. E chegavam ao Brasil de ônibus, atravessando a Ponte da Amizade. Com sorte as mercadorias não eram confiscadas pela Polícia Federal como prova de contrabando. Do contrário, perdeu Mané!

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MAIS UMA ETAPA VENCIDA

Hoje, comprar produtos importados, principalmente os chineses, ficou mais corriqueiro que adquirir pãozinho na padaria. Num clique fica fácil entrar em toda a sorte de sites e páginas com um verdadeiro mundo de itens. E mesmo quem não goste de compras virtuais pode comprar os importados em qualquer loja física em todo o país. Mesmo lojas de grifes, caríssimas, vendem roupas com etiquetas que confessam suas origens: China, Taiwan, Coreia (e pelo dobro do preço da Internet). E não são apenas trajes, mas tudo o que se possa imaginar, de chinelos a equipamentos médicos sofisticados. Tá tudo dominado.

Confesso que também gosto muito de importados, inclusive os chineses, e não temos como escapar deles. Tudo o que pretendemos ou sonhamos comprar tem a etiqueta “feito na China”. Isso é muito bom, claro, afinal, contamos com uma gama infinita de soluções para o nosso dia a dia. Entretanto, com mais etiquetas “Made in China”, fomos perdendo espaço para as nossas próprias etiquetas, a “Made in Brasil”. Será que vale a pena? Quem se arrisca a responder...(Foto: diariodonoroeste.com.br)

VÂNIA ROSÃO

Formada em Jornalismo pela Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero. Trabalhou em jornal diário, revista, rádio e agora aventura-se na Internet.

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