Impressão de órgãos 3D, o futuro dos transplantes

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Brinquedos, ferramentas, alimentos, armas e até mesmo um casa inteira já foram feitos por Impressão 3D. Este tipo de equipamento, cada vez mais utilizado, promete revolucionar a medicina e reduzir as filas de transplantes, a impressão de órgãos 3D.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, no Brasil há mais de 50 mil pessoas aguardando por um órgão ou tecido e uma média anual de quase 2,5 mil óbitos de pacientes na espera pelo mesmo.
Segundo a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos o impacto da Covid-19 nas doações é grande, causou um grande número de descarte de órgãos infectados, aumento da negação familiar para que os entes fossem sepultados rapidamente e contraindicação para a realização do procedimento em alguns pacientes, isso gerou uma preocupação ainda mais alarmante.

Uma produção em escala de Bioprinting (Bioimpressão), como é chamado o material orgânico impresso, seria uma saída futura para estes problemas. A tecnologia consiste em separar as células do tecido adiposo de um paciente somado a um procedimento de tratamento de Engenharia Genética para preparo do material. Basicamente as células de gordura são transformadas em células tronco para criar um insumo para impressão semelhante aos músculos, vasos e tecidos, o chamado Bioink, componente celular posicionado em hidrogéis, uma substância também utilizada em lentes de contato, por exemplo. Esses materiais são biocompatíveis e tem a promessa de baixo risco de rejeição no transplante uma vez que a célula do material impresso é oriunda do próprio paciente que receberá o órgão.

Através de ressonância magnética o tamanho e consistência do órgão afetado no paciente é mapeado e redesenhado para ser gerada uma imagem 3D. São adicionados ao modelo virtual texturas da estrutura para se aproximar ao máximo das características reais do tecido natural, que depois será passado por um sistema de fatiador digital, que definirá o padrão a ser impresso. Com o projeto pronto, já na impressora, o material é construído camada por camada.

A impressão em 3D não é tão nova quanto se imagina, tendo começado a ser usada na área da saúde nos anos 80 para a produção de próteses ósseas, claro, com base em outras tecnologias. Nos dias atuais já são produzidos projetos de tecidos da pele e cartilagens. Quanto aos órgãos, até o momento somente miniaturas foram impressas para testes.

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O ponto chave da pesquisa é encontrar uma maneira das células terem capacidade síncrona de bombeamento sanguíneo. A total sintonia entre elas vem sendo o principal desafio. Outro fator é que diferente do que vemos nas ficções científicas, impressões 3D principalmente desta magnitude, não são instantâneas como uma impressão em folha de papel, levando dezenas de horas, até mesmo dias inteiros ou semanas.

Do modo como a tecnologia vem sendo aliada à medicina, a estimativa é de que dentro de 10 anos órgãos sejam impressos em tamanho real em procedimentos de rotina dentro de hospitais em todo o mundo.(Ilustração: www.alcimed.com)

RENAN CAZZOLATTO

Formado em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, especialista em Gerenciamento de Projetos e Serviços, é Diretor de Infraestrutura de Redes, Datacenter e Operações de TI.

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