Uma geladeira que inclui em sua lista de compras os alimentos esgotados; uma cafeteira que prepara seu tipo preferido de cápsula baseado no dia da semana, horário, clima e até em seu humor; uma banheira que aquece a água quando identifica via geolocalização sua chegada à residência e um ar-condicionado sustentável que deixa seu ambiente climatizado somente quando detecta sua presença. Não, você não está assistindo ao desenho “Os Jetsons” da década de 60, tudo isso deixou de ser futurista para ser real e cada vez mais acessível financeiramente. Internet of Things (IoT), a Internet em Todas as Coisas, ou Internet das Coisas, se tornou um dos principais avanços do século 21. O conceito de incorporação de uma inteligência por trás de objetos analógicos e digitais do cotidiano, como TV, cafeteira, geladeira e outros eletrodomésticos, permite uma integração via conexão à internet que possibilita a automatização de tarefas, tomada de decisões por meio de inteligência artificial, economicidade de recursos, personalização e conforto, que são algumas das comodidades e necessidades mais faladas no mundo moderno e sustentável.
O desenvolvimento de tecnologias de sensores de baixo custo e tamanho reduzido, baixa potência e com alta confiabilidade, sistemas de georreferenciamento, o aumento da conectividade via protocolos de internet, como o 5G, já citado por aqui e o crescimento do armazenamento de dados em nuvem permitem implantar soluções mais em conta e com escalabilidade grandiosa.
As evoluções de Inteligência Artificial, também já explicadas nesta coluna, como Machine Learning e Deep Learning, permitem um casamento de tecnologias onde a partir do consumo de informações de sensores em dispositivos e análise de padrões armazenados em nuvem qualquer componente conectado pode realizar uma série de ações correlacionadas ou acionar funções, executar tomadas de decisão, e as fronteiras ultrapassam o uso doméstico para agregar valor ao mercado.
As aplicações iniciam com soluções como Alexa da Amazon no sentido Smart Home, até ganhos enormes na saúde, como dados que podem ser coletados diariamente em pacientes para alimentar seu prontuário constantemente, disparar avisos de emergência, solicitar atendimento e até mesmo iniciar protocolos médicos, sensores em plantações que podem fornecer estatísticas precisas e previsão de colheita baseado em temperatura, umidade do solo, pragas, clima, acionamento de sistemas de irrigação e adubagem e digitalização de serviços públicos tornando cidades mais inteligentes e digitais.
Túlio Biasoli Alves, diretor de Novos Negócios do iCities Technology, especialista em Cidades Inteligentes e Novas Tecnologias, relata como o mercado corporativo vem se comportando quanto a essas oportunidades e como isso pode ser inserido no conceito de Smart Cities, as Cidades Inteligentes.
“O uso intensivo de sensores, conectividade e dados também ampliou a forma das empresas agirem e interagirem no seu cotidiano, trazendo respostas para problemas concretos particulares no sentido de comodidade e no âmbito de municípios e seus cidadãos. Surgiram novas formas de cooperar e transformar, num verdadeiro “somar para multiplicar”, tendo como norte os objetivos estratégicos preconizados pela Carta Brasileira para Cidades Inteligentes, documento que tem o intuito de apoiar com diretrizes no sentido de evolução dos municípios. Com um olhar mais atento em relação ao desenvolvimento econômico local no contexto da transformação digital, tem-se um grande “netweaving”, que é uma prática mais humanizada de se fazer contatos e estabelecer relacionamentos profissionais e negócios, porém, baseada em reciprocidade e ajuda mútua, não com foco no resultado imediato e retorno financeiro. As conexões empresariais vão sendo constituídas e expandidas baseadas também nessa busca por maior eficiência e aumento de resiliência, pois a competição saudável também está fortalecida.
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Estão surgindo também novos mercados e oportunidades, pois com a crescente quantidade de dados, data lakes e suas combinações, vem a necessária disciplina no uso dessas informações.
É preciso garantir governança de dados e de tecnologias, com transparência, segurança e privacidade.”
Segundo Gatner, empresa especializada em introspecções corporativas, quase 50% das empresas de mercado vislumbram investir mais em IoT nos próximos anos e de acordo com a Oracle, empresa multinacional de tecnologia, há mais de 7 bilhões de dispositivos IoT conectados hoje, com expectativa de que até 2025 chegue em 22 bilhões.(Ilustração: thingsphere.com)

RENAN CAZZOLATTO
Formado em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, especialista em Gerenciamento de Projetos e Gerenciamento de Serviços de TI. Atua em soluções de tecnologia e governança para o setor público e leciona em cursos de nível técnico.
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