Neste ano, a Academia Feminina de Letras e Artes de Jundiaí completa seu Jubileu de Ouro! Criada no dia 8 de abril de 1972, teve três mulheres dedicadas à cultura jundiaiense como fundadoras: Josefina Rodrigues da Silva (Jorosil), Antonieta da Cunha Barros e Luiza da Silva Rocha Rafael. Teriam essas aguerridas mulheres imaginado que a entidade chegaria aos 50 anos de atividades ininterruptas? Teriam imaginado, também, que já estariam, nesta data, no vergel dos imortais?
Se pensaram nisso ou não, jamais saberemos; imaginamos que, ao fundar a primeira entidade cultural de Jundiaí, tinham o sonho de que ela atravessasse décadas e, quiçá, séculos! Tinham a certeza de que outras mulheres guerreiras viriam moldar seu caminho! Além da intenção de divulgar as Letras e as Artes era, também, de criar harmonia, valorizara mulher na sociedade, dissolvendo barreiras sociais, conforme registraram nas primeiras atas das reuniões da entidade.
Enquanto tiveram saúde batalharam pela AFLAJ mas, em determinado momento de suas vidas, entregaram a direção a acadêmicas que, com dedicação e respeito, deram continuidade às atividades culturais idealizadas.
É uma obrigação, não no sentido frio de ação imposta que o termo sugere, mas uma obrigação sentimental, como de uma filha para a mãe, continuar o trabalho cultural iniciado em 1972.
Muitas crônicas já foram escritas contando a história da AFLAJ, sua fundação e atividades.Nunca será demais divulgar a entidade mais antiga de Jundiaí, que vai deixando marcas indeléveis na cultura da cidade.
Muitas já partiram, cumpriram bem suas missões de acadêmicas. Na cidade, são topônimos de ruas, escolas, centros culturais e teatro, é o mínimo que se pode fazer em agradecimento ao que realizaram. Junto às três já mencionadas no início do texto , encontramos, no livro de atas nº 1, registrados na ata nº. 1, os nomes de Rute Miranda Sirilo e Mercedes Cruañes Rinaldi, ambas poetisas e escritoras, com amplo trabalho literário, que também já partiram.
Assim, estava formado o primeiro “batalhão” que, além de divulgar a cultura através da música, da literatura, das artes cênicas e visuais, precisou lutar contra o preconceito vigente na época. Disseram ouvir muitas vezes: “ Para que uma entidade literária para mulheres? O que elas têm contra os homens? Isso vai acabar logo! Imaginem…”
Uma delas, que citarei em outra oportunidade, precisou usar um nome masculino para publicar suas crônicas no jornal que circulava na época! A AFLAJ caminhou junto à evolução das mulheres e, de certa maneira, foi coadjuvante nesse processo.
Estes últimos anos, desde o início da pandemia, as atividades rarearam, mas o vínculo fraterno continuou firme, perseverante.
Em abril, depois de tanto tempo, foi realizada a primeira reunião presencial; nova diretoria tomou posse e novas acadêmicas vieram ajudar a caminhada constante da Academia Feminina de Letras e Artes de Jundiaí!
Nova presidente foi eleita, a Dra. Lúcia Helena de Andrade Gomes que, com seu dinamismo e inteligência, ficará responsável até 2024! Sus, AFLAJ! Parabéns pelo Jubileu de Ouro! Que chegues ao centenário com a alegria de quem concretizou sonhos!

JÚLIA FERNANDES HEIMANN
É escritora e poetisa. Tem 10 livros publicados. Pertence á Academia Jundiaiense de Letras, á Academia Feminina de Letras e Artes, ao Grêmio Cultural Prof Pedro Fávaro e á Academia Louveirense de Letras. Professora de Literatura no CRIJU
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