Sentada diante do computador, um dia depois do Natal, abro minha mente à caça de um tema para escrever este artigo. Tem dia que o assunto flui tão naturalmente, que é só tocar os dedos no teclado que o texto começa a rolar na tela. Outras vezes, o assunto fica martelando na cabeça até se materializar. Hoje, entretanto, não consigo pensar em outra coisa a não ser na falta que a minha mãe fez e está fazendo neste período de festas. É o primeiro Natal sem ela. Nem queria entrar nessa vibe mais triste, já que a minha intenção inicial era redigir um artigo mais alto astral sobre as festas. Mas como não pensar, nesta época, em quem já se foi?
As perdas, em todos os níveis, fazem parte da nossa trajetória, assim como nossas escolhas e responsabilidades. Nos trazem angustia, tristeza, vazio, mas também nos ensinam, nos amadurecem, nos fortalecem de alguma maneira. E também nos fazem refletir. Dias antes do Natal comecei a pensar em todas as pessoas que tradicionalmente participavam das reuniões na minha casa. Muitas já estão no andar de cima.
E aí as comemorações vão ficando cada vez menores: mais ausências e menos presenças. Mas não podemos deixar de comemorar essas festas, e de lembrar com carinho e gratidão das pessoas que passaram pela nossa vida e fizeram a diferença na nossa formação de caráter, na construção da nossa personalidade, no fomento da nossa sociabilidade. Creio que recordar de todas essas pessoas inesquecíveis é como se as tivéssemos convidado para nossa ceia de Natal. Na nossa mente elas estão vivas, não é mesmo?
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No último dia 23 de dezembro dona Tica iria completar 90 anos. Conversamos muito durante este ano sobre esse aniversário. Eu dizia que a data merecia uma grande comemoração, com a presença dos amigos e familiares, afinal, nem todos têm o privilégio de chegar nesta idade. Minha mãe, entretanto, dizia que não queria festa nem confusão. Ela se despediu de nós e da vida em junho, e o projeto para a festa dos 90 foi interrompido. Quero acreditar que a festança tenha acontecido lá no céu, com muita música, bolo recheado de abacaxi (o preferido dela) e, claro, os lanchinhos de carne moída, que nunca faltavam. Os convidados com certeza foram outros: meu pai, meus avós, tios, parentes de várias gerações que já passaram por aqui e retornaram para Deus. Feliz aniversário dona Tica. Por aqui, a senhora está fazendo uma falta danada…

VÂNIA ROSÃO
Formada em Jornalismo pela Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero. Trabalhou em jornal diário, revista, rádio e agora aventura-se na Internet.
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