Chegamos ao final de 2017 e, em todas as cidades brasileiras, houve troca de prefeitos ou alguns reeleitos, mas é hora de se analisar o que foi feito por quem está tomando conta da cidade. Para não irmos longe e ficarmos focados em Jundiaí, o que se viu foi um grande número de reclamações por falta de obras executadas pelo novo prefeito, Luiz Fernando Machado, que se encontra em férias, mesmo antes de completar 365 no cargo que ocupa. As reclamações cresceram no início deste mês quando Machado decidiu enviar projeto à Câmara elevando a taxa do IPTU em 25% e as vaias soaram por todos os lados e ele se viu obrigado – ou forçado pelos vereadores – a retirar o projeto.

Foi neste quadro de reclamação que a cidade vivenciava, também, o crescimento do mato em todos os pontos desta Jundiaí que se dizia – e ainda se diz – abandonada. Um de seus assessores, numa resposta a um cidadão numa das mídias sociais, dizia que a Prefeitura estava finalizando um novo contrato para uma nova empresa executar o corte de mato na cidade. Claro que o trabalho começou, mas, convenhamos, na pior época do ano: a chuva está aí e ela faz o mato crescer cada vez mais, além de atrapalhar o serviço de corte. Este tipo de serviço é essencial na cidade, pois não se pode permitir praças, parques infantis, canteiros centrais de avenidas tomados por um matagal que, muitas vezes, tira a visão dos motoristas (nos canteiros centrais) e impede crianças de brincarem (nos parques…) Era preciso que este contrato fosse executado antes para que o trabalho do prefeito fosse considerado negativo.

Tudo ou nada que foi feito em Jundiaí neste ano, a atual administração resolveu achar um culpado: Pedro Bigardi, que comandou a cidade até 31 de dezembro de 2016. Claro que Bigardi não foi o melhor prefeito de Jundiaí, tanto que não foi reeleito, mas deixou algumas obras a serem finalizadas – principalmente na área de saúde – e que, em 365 dias esta administração não concluiu! A alegação sempre foi falta de dinheiro em caixa!  Até mesmo calçada não construída nas obras das alças de acesso da cidade, recém inauguradas, foram consideradas culpa de Bigardi. Como se não houvesse tempo para se refazer o projeto e entregar uma perfeita ao cidadão. Afinal, era pequeno o trabalho da Prefeitura, diante da parceria com o Governo do Estado para se executar a construção das alças.

Durante a campanha do ano passado, num dos debates envolvendo os dois candidatos ao segundo turno, Fernando Machado perguntou a Bigardi qual foi a grande obra de seu governo. Bigardi respondeu que estava em fase de conclusão e que eram as alças sobre a rodovia Anhanguera. Ora, a obra é do Governo do Estado! Então, Bigardi não tinha nenhuma grande obra a comemorar. Mas se perguntarmos agora a Fernando Machado, qual a grande obra sua neste primeiro ano de governo, deve afirmar que foi a conclusão das alças de acesso. Também vem o “ora” e também vem o complemento: “obra do Governo do Estado”.

OUTROS ARTIGOS DO JORNALISTA NELSON MANZATTO

CONTO DE UMA NOITE DE NATAL

SUICÍDIO POLÍTICO E EFEITO DOMINÓ

A DEMORA DE TIRIRICA EM SAIR DA POLÍTICA

REFLETINDO SOBRE O ANO POLÍTICO

CARTA ABERTA A PEDRO ÁLVARES CABRAL

AS ARTIMANHAS DE TEMER, O MICHEL

A REFORMA DA PREVIDÊNCIA VIRA PESADELO

O QUE O SUPREMO FAZ E DESFAZ

O PAÍS DA DECEPÇÃO

O que vemos, portanto, foi uma cidade sem uma ação efetiva: faltaram investimentos, faltaram obras e o eleitor já não tem mais memória fraca e vai se lembrar disso no próximo ano, quando a cidade terá candidatos a deputado também federal como estadual e até mesmo vale a avaliação do governo municipal para escolher candidatos à Presidência da República e ao Governo do Estado.

Não se tira férias antes de um ano de emprego – isso em lugar algum acontece – e, para completar o quadro triste da cidade, o gestor de Finanças, José Antonio Parimoschi, já anunciou que a tarifa de ônibus vai subir. Vem reclamação nova por aí! Feliz Ano Novo! (foto acima: www.1zoom.me)


NELSON MANZATTO
Jornalista profissional diplomado, tendo trabalhado no Jornal da Cidade de Jundiaí, Diário do Povo de Campinas, Jornal de Domingo de Campinas, Diário Popular de São Paulo e Jornal de Jundiaí. Foi editor-chefe dos jornais Diário do Povo, Jornal de Domingo e Jornal de Jundiaí e sempre trabalhou nas editorias de Política e Economia. Também trabalhou em Assessoria de Imprensa. É membro da Academia Jundiaiense de Letras e tem quatro livros publicados: Surfistas Ferroviários ou a História de Luzinete (Vencedor de Concurso Literário), Contos e Crônicas de Natal (com cinco textos premiados), Momentos e No meu tempo de Criança. Mantém um blog literário: blogdonelsonmanzatto.blogspot.com