SILAS FEITOSA: “Eu sou o único candidato da direita”

silas

O professor universitário Silas Feitosa é o pré-candidato do PRTB à Prefeitura de Jundiaí. O vice dele deverá ser o ex-vereador Felisberto Negri. Silas conhece a administração Luiz Fernando Machado por dentro. Afinal, foi diretor-presidente da Escola de Gestão Pública. Para ele, “é uma piada dizer que o pré-candidato a prefeito pelo PL, o ex-gestor José Antônio Parimoschi, é de direita”. Nesta entrevista, o pré-candidato se autodenomina “o genuíno candidato de direita”, conta os motivos que o levaram a deixar a Prefeitura, como está sendo a pré-campanha que deverá ter a participação de Pablo Marçal, pré-candidato ao Executivo de São Paulo.

Por que você quer ser prefeito de Jundiaí?

Porque que acredito que a prosperidade de Jundiaí deve chegar a todos e que isso potencializa nosso crescimento. Esse é o meu desejo e minha missão. Nossa cidade pode ser mais generosa, com melhores serviços e uma política que atenda os mais carentes. Acredito que isso fará de Jundiaí uma cidade melhor e ainda mais próspera. Quero ser prefeito para realizar essa transformação.

Você é jundiaiense, Silas?

Cheguei à cidade com apenas dois anos de idade, vindo do interior do Estado. Não tenho qualquer recordação de infância, de adolescência, que não seja em Jundiaí. Toda minha história de vida, minhas memórias, vínculos afetivos e aprendizados são daqui. Tudo do que sou capaz de lembrar foi vivido aqui. Portanto, me considero jundiaiense.

Por quais partidos passou até chegar ao PRTB?

Tive uma breve passagem pelo MDB, mas toda minha vida partidária foi e continua sendo no PRTB.

E por que decidiu por esta sigla?

Porque é o partido alinhado com meus valores e posições ideológicas

O nome do PRTB com mais destaque hoje é o de Pablo Marçal, candidato à Prefeitura de SP. Se o seu nome for referendado como o candidato, ele participará da sua campanha, Silas?

Ele já tem participado. Provavelmente gravará um ou outro depoimento, e caso a agenda permita poderá vir à cidade.

Silas, você foi diretor-presidente da Escola de Gestão Pública na administração Luiz Fernando Machado. Por que rompeu com ele?

Meu afastamento deu-se devido a diferenças ideológicas a partir de 2018. Eu decidi apoiar Bolsonaro, enquanto ele preferiu Geraldo Alckmin, atual vice de Lula. Dali em diante nossas posições políticas se distanciaram cada vez mais. Luiz combateu e criticou Bolsonaro tanto quanto pôde e apoiou incondicionalmente o Dória no esforço de minar o presidente. Ver o Luiz ingressar no PL foi uma atuação digna de um Oscar. Além disso, o prefeito aderiu a Agenda 2030, da ONU, que promove o aborto, a ideologia de gênero, combate o agronegócio, enfraquece a soberania nacional. Sou absolutamente contrário a estas pautas nefastas. Aqueles que as defendem, ou ainda pior praticam, terão sempre minha oposição. Por estes motivos, decidi me afastar.

Você faz parte de um partido de direita. Os dois pré-candidatos que estão na frente das pesquisas – Parimoschi e Martinelli – também são de direita. Como fará para se diferenciar deles e se tornar uma opção viável para o eleitor?

Parimoschi de “direita” é a piada do ano. Não é de direita, nem nunca foi. O governo que ele dirige foi muito mais à esquerda do que o governo dos comunopetistas, que os antecedeu. O que define um político são suas ações e as causas que defende. O resto é apenas encenação, propaganda. Ademais, ele esteve no PSDB até meses atrás, partido de centro-esquerda, representante da social-democracia, vertente do socialismo. Agora vem dizer que é de direita? Seu grupo político sempre esteve junto do FHC, eleitor do Lula, Alckmin, vice do Lula, Doria, inimigo ferrenho da direita bolsonarista, Serra, esquerdista declarado. Parimoschi “de direita” é estelionato eleitoral, oportunismo político rasteiro. Quando o PSDB afundou, de maneira oportunista, pularam do barco e migraram para o partido do Bolsonaro, ao qual nunca tiveram simpatia. Chega a ser constrangedor e retrata a decadência da política local. Coberto por uma pele de cordeiro, um lobo permanece um lobo. Quanto ao vice-prefeito, o Martinelli, não sei ao certo seu posicionamento político. Nunca o vi tomando partido desta ou daquela plataforma política. Meus posicionamentos são claros, transparentes e de conhecimento público. Defendo e pratico os valores da direita. E eu serei o candidato da mudança verdadeiramente transformadora. O fato é que o governo que os dois representam é um governo de práticas esquerdistas, mesmo que agora, por conveniência eleitoral, queiram se afastar delas. O povo não é bobo e sabe disso.

Você já foi candidato a prefeito e deputado federal e não se elegeu. Isto não o desanima?

Nem um pouco. Todo empreendimento humano sólido leva tempo para ser construído. Isso faz parte da vida. Fui servente de pedreiro do meu pai e sempre demorávamos mais na construção dos alicerces. Minha determinação em trabalhar por Jundiaí é inabalável. Leva tempo para superar a máquina de propaganda desse grupo, que faz de tudo para não deixar o poder. Isso não me desanima. Os atuais mandatários são os mesmos de sempre. Não têm nada de diferente a oferecer à cidade, apenas suas velhas fórmulas. É a mesmice, uma monotonia. É mais do mesmo e a cidade está percebendo. A tendência é que logo sejam desalojados do poder. O ciclo está se encerrando.

Como está sendo a pré-campanha, Silas?

Aprendi com o Walmor, com o Ary Fossen, e outros bons políticos, a andar muito e conversar com as pessoas. A política feita dentro dos gabinetes, escondida das pessoas, é muito diferente disso. É uma política medíocre que precisa gastar muito dinheiro em propaganda para impor uma versão artificial da realidade. Não me presto a esse tipo de política. Visito regularmente os bairros da cidade, converso com os comerciantes, com as donas de casa. Político que não tem contato com o povo é apenas um burocrata em busca de um cargo. Conheço de perto a realidade e as verdadeiras necessidades do povo da nossa cidade. A máquina pública é poderosa, mas o desejo de mudança é profundo e verdadeiro. Passo a passo, vamos superando as narrativas da propaganda.

Se não for para o segundo turno, existe a possibilidade de apoiar o pré-candidato do Luiz ou o vice-prefeito? Mais: você apoiaria um candidato da centro-esquerda, caso a disputa do segundo turno fosse entre ele e um dos dois da direita?

Muita coisa acontecerá até o processo eleitoral e qualquer manifestação neste sentido se configura uma avaliação precipitada. O governo está dividido entre duas candidaturas e a minha é a única candidatura genuinamente de direita que se situa no campo da mudança de rumos. O que sobra é a esquerda.

Quando seu nome será referendado?

Nossa convenção ocorrerá provavelmente no começo de agosto.

HIGOR CODARIN É O PRÉ-CANDIDATO DO PSOL E REDE SUSTENTABILIDADE

FELIPE PINHEIRO: NÃO HÁ DIFERENÇAS ENTRE PARIMOSCHI E MARTINELLI

BOCALON: “EU SOU O PRÉ-CANDIDATO DE LULA E ALCKMIN”

MARTINELLI: SEM RESSENTIMENTOS E COM ORGULHO DA ATUAL ADMINISTRAÇÃO

PARIMOSCHI: GRANDES PROJETOS PRECISAM TER CONTINUIDADE

O pré-candidato a vice-prefeito do PRTB é o ex-vereador Felisberto Negri. Como vê esta escolha, Silas?

O partido sinalizou para a escolha do Felisberto Negri, que foi vereador por seis mandatos, presidente da Câmara, trabalhou na Dersa por longos anos, e tem muita vivência política. O papel do vice é sempre de colaborador, conselheiro.

Jundiaí não tem representante na Alesp e na Assembleia. Os deputados raramente fazem projetos para a cidade. Como será seu relacionamento com as duas casas?

Trabalhei tanto na Alesp quanto na Câmara Federal. Conheço inúmeros deputados estaduais e federais e tenho boas relações com eles. Tenho certeza que isso abrirá portas para nossa cidade e que eles serão receptivos a bons projetos. É estranho que Jundiaí, com o peso que tem, não possua uma articulação institucional mais produtiva com essas duas casas. Qualquer coisa menos do que isso é se conformar com pouco.

VEJA TAMBÉM

PUBLICIDADE LEGAL É NO JUNDIAÍ AGORA

ACESSE O FACEBOOK DO JUNDIAÍ AGORA: NOTÍCIAS, DIVERSÃO E PROMOÇÕES