TECNOLOGIAS e metodologias

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Tenho abordado estes temas educacionais com insistência, admito, por acreditar que o nosso processo educativo só evoluirá se incorporarmos a ele novas tecnologias e novas metodologias. Se pretendermos superar o anacronismo medieval que regula nossa educação não há outro caminho. A escola tradicional que se limita a repetir conteúdos para serem memorizados impera absoluta desconsiderando as mudanças paradigmáticas de alta evidência que determinam a necessidade de uma aprendizagem mais rápida e efetiva.

Os conteúdos e as informações estão todos disponíveis para serem acessados de forma veloz através de inúmeros meios a qualquer tempo. Apesar das tecnologias, a escola permanece reunindo seus estudantes em horários definidos e inflexíveis em um extenso calendário para ouvirem professores em aulas expositivas com reduzido índice de aprendizagem significativa desconsiderando todas as possibilidades que uma educação híbrida proporciona. Será que estamos na rabeira dos países da OCDE por falta de mais disciplinas ou mais carga horária, enfim mais do mesmo?

Neste sentido o Projeto de Lei regulamentando o Ensino Médio encaminhado pelo Ministério da Educação (MEC) ao Congresso Nacional para aprovação representa um enorme retrocesso. O MEC cedeu às pressões corporativas e apresentou uma proposta de algumas décadas atrás com extenso rol de disciplinas em uma carga horária que inviabiliza estudos fora da chamada escola tradicional com professores repetidores de conteúdos para memorização temporária dos estudantes em aulas presenciais. E, ainda, mesmo se aprovado, com severo prejuízo para o desenvolvimento educacional dos jovens brasileiros, ainda restará um longo caminho a ser percorrido, pois graças ao regime de colaboração entre os Estados e a União caberá aos sistemas estaduais regulamentação o PL. Assim, teremos novas campanhas corporativas para definir o número de aulas das disciplinas nas séries sem nenhuma referência metodológica ou tecnológica.

Precisamos buscar nossa identidade educacional. Seguir parâmetros internacionais é um bom caminho desde que seja respeitada nossa realidade social e cultural. Não adianta insistir em aumentar a quantidade de aulas e disciplinas nos modelos tradicionais. É fundamental ampliar o acesso de todos a toda tecnologia e investir maciçamente em formação e aperfeiçoamento docente com foco na aprendizagem significativa, que favorece a construção dos conhecimentos, com o uso de metodologias ativas fugindo da aula expositiva e da memorização, sobretudo de conteúdos de utilidade duvidosa.

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Não podemos nos esquecer da importância de expandir a oferta e a valorização dos cursos técnicos de nível médio que historicamente têm sido negligenciados com a prevalência dos cursos de formação geral ou propedêutica cuja única finalidade é o acesso ao ensino superior através de exames e vestibulares. Os cursos técnicos não podem ser inviabilizados com cargas horárias incompatíveis com a sua realização dentro da disponibilidade de tempo do estudante brasileiro.

Atenção à realidade, acesso às tecnologias e o domínio docente das novas metodologias é o que o processo educativo precisa para enfrentar os desafios crescentes e a velocidade das mudanças. O estudante brasileiro não merece ficar retidos nesse anacronismo que nossos reguladores querem impor.(Foto: Julia M Cameron/Pexels)

FERNANDO LEME DO PRADO

É educador

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