Estive recentemente em nosso país vizinho, o Uruguai, que já pertenceu ao Brasil até o início do século XIX. Com uma economia estável e uma situação social e política equilibrada vale a pena ser visitado. Mesmo com suas pequenas dimensões, menor que o Paraná, por exemplo, e uma população menor que a do Espírito Santo, mantém uma qualidade de vida muito boa sendo considerada a melhor da América Latina.
Nos poucos dias em que lá fiquei não saí da Província de Maldonado, cuja capital é Maldonado onde está o estádio que será palco da final da próxima copa sulamericana. Nesta província fica Punta Del Este(foto), situada no encontro do Rio da Prata com o Oceano Atlântico. Belíssima e turística abriga hotéis, cassinos e restaurantes excelentes. Apesar do frio de 10º, contrastando com o calorão aqui na terra dos papudos como me informaram, foram dias muito proveitosos.
O Uruguai é um país quase plano com uma altura média em torno dos 100 metros o que favorece a pecuária fazendo com que os uruguaios sejam os maiores consumidores de carne per capta do mundo. São, ainda, grandes produtores de vinho, sobretudo da uva “tannat”, com vinícolas premiadas e bem avaliadas internacionalmente.
Apaixonados por futebol, já foram campeões mundiais duas vezes, uma delas aqui no Brasil em 1950, sabem mais do que acontece no Brasil e no mundo, inclusive sobre nossos times, do que nós mesmos. Na Província de Maldonado sediar a final da Copa Sulamericana é conversa recorrente, sobretudo com os taxistas, que são os que mais sabem de tudo, de futebol a churrascarias.
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Como foi que perdemos esta “mesa de bilhar” com ótimas parrilhas, churrascos e vinhos? Lá pelos anos 1820, mesmo período em que o Brasil declarou sua independência de Portugal, a discórdia entre portugueses e espanhóis desde o tratado de Tordesilhas continuava e a chamada Província Cisplatina foi anexada ao território brasileiro, mas líderes uruguaios insatisfeitos com a ingerência brasileira declararam também sua independência apoiados pelos argentinos. Se isto tem alguma coisa com nossas divergências futebolísticas acho pouco provável, mas me parece que estes fatos históricos possam explicar como começaram nossas relações com os “hermanos”.
De todo modo uma viagem aérea de pouco mais de duas horas nos separam de um país muito convidativo com hotelaria, gastronomia e belezas naturais invejáveis e bem cuidadas. Com uma viticultura excepcional, como encontramos também na nossa região sul, diga-se a bem da verdade e da nossa brasilidade, temos um atrativo adicional que justifica nossa viagem.(Foto: Pedro Slinger/Pexels)
FERNANDO LEME DO PRADO
É educador
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