Ensino superior EaD

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Notícias recentes nos informam que o nosso Ministério da Educação está revisando suas políticas de autorização para a oferta de cursos superiores na modalidade EaD em alguns cursos tradicionais. As reportagens procuram ouvir todos os envolvidos nessas questões e o que se observa é uma discussão que passa longe dos fundamentos e princípios da modalidade a distância e do seu desenvolvimento e importância no processo educativo, apesar de toda a regulamentação já existente.

De um lado os conselhos cuja finalidade, a princípio, seria fiscalizar o exercício profissional e não a formação do profissional, mas sempre buscam intervir, desde a autorização dos cursos superiores nas suas respectivas áreas, num esforço de garantir, na realidade, uma reserva de mercado para os já formados; de outro as instituições de ensino que querem expandir sua oferta, sobretudo de baixo custo, alegando que assim estão oportunizando maior acesso aos estudos universitários; entre eles o MEC com a tarefa de mediar os interesses de todos os envolvidos.

Os conselhos alegam que os cursos EaD são de baixa qualidade e que formam, por isso, maus profissionais. Isto, decididamente, não é a regra. Há bons cursos na modalidade e boa formação acadêmica, mas há cursos ruins não só no EaD, no presencial também e não há garantias de que fazer um curso bem avaliado resultará em um bom profissional. O que nos incomoda é que em nenhum momento se discute a modalidade em si. Quais são as metodologias, as propostas pedagógicas, a aprendizagem, as avaliações e os currículos. Poderiam alegar que não são educadores e que isto é tarefa de quem propõe e administra os cursos. A eles se poderia responder: exatamente. Quem sabe do curso é a instituição de ensino. Quem fiscaliza a qualidade do ensino é o MEC.

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As instituições de ensino superior, do mesmo modo, não discutem a modalidade, mostrando como são os processos acadêmicos, os modelos pedagógicos e como funcionam para assegurar bons níveis de aprendizagem. Limitam-se a dizer que estão prestando um serviço social sem o qual os menos favorecidos não chegariam ao nível universitário. Parece que poderiam apresentar justificativas mais consistentes, uma vez que se pressupõe que estejam absolutamente capacitadas para isso.

Não se pode esquecer, de modo algum, dos estudantes, aos quais supostamente todos querem “proteger”. Ao MEC caberia esclarecer a todos que cursos na modalidade EaD requerem carga horária de estudos de mesma intensidade de cursos presenciais. A valorização das metodologias e o foco na aprendizagem valem tanto para o presencial como para o a distância. Desconsiderar toda a tecnologia, o hibridismo e as disponibilidades e os interesses dos estudantes é que nos parece dissociado da realidade e atrelado a um anacronismo que o ensino superior terá que superar.(Foto: Divulgação/MCTIC/Agência Brasil)

FERNANDO LEME DO PRADO

É educador

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