Você sabia que muitas pessoas com deficiência (PCDs) no Brasil enfrentam barreiras não apenas físicas, mas também profissionais? Além dos desafios de acessibilidade, um obstáculo frequentemente ignorado é a falta de oportunidades que valorizem suas formações acadêmicas e experiências profissionais. Sou assistente social formado, possuo duas pós-graduações e vários cursos de extensão. Também sou uma pessoa com deficiência. Ao longo de minha jornada profissional, percebi um fenômeno preocupante: grande parte das vagas destinadas a PCDs ainda estão limitadas a funções operacionais ou de nível básico. Isso não apenas subutiliza o potencial de muitos profissionais qualificados, mas também reforça estereótipos sobre as capacidades das pessoas com deficiência.
Por que isso acontece? Existem diversos fatores que contribuem para a limitação nas vagas:
- Falta de conscientização empresarial: Muitas empresas ainda vêem a inclusão como uma obrigação legal e não como uma oportunidade para enriquecer a diversidade e a competência de suas equipes.
- Estereótipos e preconceitos velados: Presume-se que a limitação física ou sensorial implica restrição cognitiva ou de desempenho, o que não corresponde à realidade.
- Desconhecimento sobre adaptações e recursos: As adaptações necessárias para profissionais com deficiência, em muitos casos, são simples e acessíveis.
O que podemos fazer? É essencial que a inclusão seja pensada de forma abrangente e com foco na valorização de talentos. Aqui estão algumas ações concretas que podem fazer a diferença:
- Promover oportunidades de desenvolvimento profissional: Programas de capacitação e treinamento para PCDs devem incluir trilhas de formação para cargos técnicos e de liderança.
- Revisar descrições de vagas: Adequar os requisitos e atribuições para contemplar as habilidades e formações de profissionais com deficiência.
- Sensibilizar lideranças: A diversidade deve ser abraçada como um valor estratégico, não apenas como cumprimento de cota.
Inclusão é bom para todos – Diversos estudos demonstram que a diversidade aumenta a criatividade, a inovação e a produtividade das organizações. Quando uma empresa se abre para talentos diversos, ela se fortalece, tornando-se mais competitiva e humana.
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A Lei de Cotas (Lei 8.213/91), que deveria ser um instrumento de inclusão efetiva, nunca funcionará plenamente enquanto as empresas continuarem contratando a deficiência e não a pessoa. A verdadeira inclusão ocorre quando as barreiras são eliminadas e as oportunidades são iguais. Como profissional e pessoa com deficiência, reforço o convite para que empresas e gestores reflitam: é hora de investir em potencial, não em limitações. Vamos juntos construir um mercado de trabalho mais inclusivo e justo para todos!(Foto: Mikhail Nilov/Pexels)

REINALDO FERNANDES
É assistente social, pós-graduado em docência no curso superior e em Gestão em Políticas Públicas, tutor presencial na Faculdade Anhanguera, membro titular do CMAS, com experiência em políticas públicas, diversidade e inclusão social. Foi o primeiro coordenador dos Direitos das Pessoas com Deficiência em Jundiaí”
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