Amanhã, dia 2 de fevereiro, fará sete anos que perdemos um grande esportista jundiaiense; a data fez-me lembrar de sua visita ilustre, em julho de 2019. Nascido em Jundiaí, no dia 19 de outubro de 1932, no bairro Vianelo, Jundiaí, Dalmo Gaspar faleceu aos 82 anos, na cidade onde nasceu.
Pouco lembrado pelos clubes que tanto defendeu, Dalmo Gaspar vivia de recordações, alicerçado pela família e pelos amigos sinceros que não o abandonaram.
A visita ilustre ocorreu quando eu ministrava aulas de Criatividade Literária no CRIJU e foi logo reconhecido e aplaudido por toda a classe. Ficou muito emocionado e, diante dos olhares maravilhados da pequena plateia, falou sobre algumas de suas conquistas futebolísticas.
Contou que jogava “repetidas” (jogo de um contra outro) com bolas-de-meias e descalço. Que o primeiro jogo com bola de couro foi no “Campinho do Raio”, no Vianelo, também descalço e que, muitas vezes, arrancara a ponta do dedão do pé. Depois do jogo, a garotada ia nadar no Rio Guapeva. Bons tempos! disse ele.
Pelo carinho demonstrado, essa visita representou muito para ele e prometeu voltar.
Voltou, como prometera, e trouxe outro grande esportista, nada menos que o professor Hélio Maffia, jundiaiense ex-preparador físico do Corinthians, do Palmeiras, do Guarani, do Paulista e do São Paulo! Um dos primeiros diretores da ESEF. Infelizmente, Maffia faleceu no dia 24 de dezembro do ano passado.
Foi uma tarde magnífica! Dois ícones renomados do esporte brasileiro nos dedicando alguns momentos de seu precioso tempo!
Entre muitas respostas às perguntas que lhe fizeram, Dalmo Gaspar contou que, certo dia, o treinador do juvenil São Paulo, Sr. Pedro Moretti, o convidou para participar dos treinos que eram feitos no “Campo do Minas” na Rua Prudente de Moraes, e que ele aceitou imediatamente.
Depois, foi convidado para jogar no CA Comercial e logo foi participar nos jogos amadores do Paulista FC, no campeonato da cidade.
Quando servia o Exército, foi formada a seleção do 2º GO 155. Com sua participação, na disputa entre Campinas, Pirassununga e Itu, a seleção jundiaiense saiu vencedora!
Logo que saiu do quartel, passou a integrar a equipe de profissionais do Paulista FC; depois, foi para o Guarani de Campinas e assim seguia sua trajetória no futebol.
Ascendendo rapidamente na carreira e já sendo reconhecido como bom jogador, foi contratado pelo Santos FC, que já tinha Pelé na equipe.
O ápice de sua carreira aconteceu em 16 de dezembro de 1963, no Maracanã, quando o Santos venceu o Milan, da Itália, e foi bicampeão mundial por um pênalti de sua autoria!
Dalmo Gaspar, ao relatar esse fato, encheu os olhos de lágrimas e emocionado comentou: Dei a volta olímpica no Maracanã chorando muito, as lágrimas corriam pelo meu rosto, a alegria era imensa! Depois, no túnel, cheio de torcedores, cheguei aos chuveiros só de sunga, arrancaram toda a minha roupa!
Por feliz coincidência, um dos maravilhados ouvintes havia assistido a esse jogo, quando tinha apenas 17 anos, foi o sr. Manoel de Jesus Carvalho. Nem preciso falar das alegrias mútuas! Herói e admirador emocionados!
Dalmo Gaspar, a pedido da plateia, continuou a falar de sua trajetória:
Ao encerrar minha carreira, fui convidado para ser comentarista de futebol nas rádios de Jundiaí e na TVE (hoje TVTEC) e como técnico da Polícia Militar, quando foi campeã no quadrangular. Também fui técnico da equipe da Polícia Civil, que se sagrou campeã! Isso valeu uma homenagem na Praça Governador Pedro de Toledo, perante um enorme público que não parava de me aplaudir.
E, muito emocionado, terminou:
Esses momentos estavam adormecidos em algum lugar dentro de mim e agora, com vocês, voltaram muito fortes e nítidos. Muito, muito obrigado!
Dois dias depois dessa visita ilustre maravilhosa, voltou com um texto, relatando tudo que havia falado e com uma dedicatória, que aproveitei para ilustrar este artigo.
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Mesmo para quem não gosta de futebol, penso que estas informações são interessantes e não cultura inútil; conhecer e valorizar pessoas que se destacaram em nossa cidade é demonstração de amor e valorização ao que é nosso! Acho que os leitores também pensam assim!
Vamos aguardar que alguma rua ou praça seja denominada com os nomes desses ilustres jundiaienses!

JÚLIA FERNANDES HEIMANN
É escritora e poetisa. Tem 10 livros publicados. Pertence à Academia Jundiaiense de Letras, á Academia Feminina de Letras e Artes, ao Grêmio Cultural Prof Pedro Fávaro e á Academia Louveirense de Letras. Professora de Literatura no CRIJU.
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