ESTILO MAMIS de quarentena

ESTILO

Para nossa mãe a quarentena, de início, gerou impacto em seu estilo, o estilo mamis: pelo vírus em si, com seus contágios e consequências, e por tirá-la das duas atividades externas cotidianas, para os seus 96 anos, que lhe fazem bem.

Em primeiro lugar, da Missa das 8h30 na Catedral NSD. Faz parte de sua história, a Missa naquela Igreja, desde 1936 quando, aos 12 anos, veio para Jundiaí residir com sua avó e sua irmã, com o propósito de estudar na Escola Normal, na qual se formou professora. Foi lá que também se casou. Afastou-se apenas ao residir, já casada, em São Paulo e em Poços de Caldas. Outro amor seu: as aulas de artesanato na Casa da Fonte – CSJ, no Jardim Novo Horizonte, em especial de tapeçaria para crianças e adolescentes. Como traz aquele povo, miúdo e graúdo, no coração.

Não é de expressar o que sente – às vezes, uma semana depois me conta sobre algo que a perturbou -, mas dessa vez, fez seus questionamentos em voz alta: “Ninguém conseguirá encontrar algo para combater esse vírus? Ele acabará com grande parte da humanidade? Não verei mais meu filho, minha nora, meus netos? Distanciará outras pessoas que me são queridas?” Em seguida, se acomodou. Creio que sua fé firme e suas orações são a força que a mantém em pé. O Pai Eterno, o Filho, o Espírito Santo, Nossa Senhora, Santa Ana… Rezando, vela pelas pessoas! Recuperou as agulhas para tecer peças destinadas aos bazares da Casa da Fonte e as ginásticas que faz em casa para não regredir em seus movimentos. Tornou-se defensora ardorosa do distanciamento e do uso de máscaras.

A única coisa que me incomoda é o excesso de notícias que procura na TV a respeito do Coronavírus. Impressiona-se com os números, a situação precária de atendimento em alguns lugares do Brasil e de diversos países, as aberturas de valas, as situações de pobreza…

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Nesse momento, nem pensa em ir para a rua, mas não abre mão de ser cuidadora. Além dos dois gatos, Mush e Fardinho, é ela que molha as plantas da floreira da janela da sala, na qual encontrou uma nova criatura para se ocupar: a Lavínia, uma pequena lagartixa, que protege do olhar extasiado do Mush. Um dia desses, viu-a bebendo a água. Considerou formosos e delicados os movimentos da boquinha diminuta. Agora, abastece, três vezes por dia, uma tampinha com água para ela.

Penso que quarentena com encantos fortalece a imunidade e supera todos os tipos de vírus.

MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE

Com formação em Letras, professora, escreve crônicas, há 40 anos, em diversos meios de comunicação de Jundiaí e, também, em Portugal. Atua junto a populações em situação de risco.

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