Acredita-se que 70% das profissões que serão necessárias nos próximos anos ainda não têm nome. Continuamos a empurrar os jovens para a tradição, quando a necessidade do Brasil e do mundo é de outros perfis. Hoje, os profissionais mais procurados pelo mercado são arquiteto de sistemas, tecnólogos, engenheiros ou cientistas de computação, desenvolvedores de aplicativos móveis, profissionais de criação, especialistas em usabilidade, técnicos que dominem as ferramentas Elasticsearch e Windows Presentation Foundation. A primeira realiza busca de código e trata grandes quantidades de dados em tempo real. A segunda é um subsistema gráfico. É o mundo digital impondo suas regras e mostrando caminhos para os adultos de amanhã. Também há necessidade de profissionais seniores e especialistas em desenvolvimento que saibam trabalhar as linguagens PHP e Python.

O Brasil precisa hoje de 500 mil programadores para as Tecnologias de Comunicação e Informação. Precisará muito mais daqui a alguns anos. E o que estamos fazendo de efetivo para prover o mercado dessa gente e os jovens de postos viáveis de trabalho? Ainda é muito pouco. Mas é urgente alertar pais, sociedade e educadores de que o mundo é outro. As lacunas de profissionais capacitados em área técnico-científica são grandes e antigas.

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Também o setor de telecomunicações sente o déficit de mão de obra técnica. Há poucos especialistas em integração de sistemas de áudio, vídeo e segurança. Hoje existe crescente demanda de telecomunicações na nuvem. E todas essas novas profissões exigem um inglês perfeito e fluente. As conversas com fabricantes, a necessidade de redigir propostas, a participação em evento internacional, tudo isso reclama proficiência em inglês. Os pais devem saber que o monoglota hoje ainda é tolerado, mas amanhã será um excluído. A melhor fase para se dominar outro idioma é aquela dos primeiros anos da criança. A partir daí, um terceiro ou quarto idioma são facilmente assimiláveis. O acesso à língua inglesa está cada vez mais fácil e até se obtém aprendizado gratuito. É preciso esforço, empenho e vontade.

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Mas o mundo está aí. Mandando seus recados. Quem quiser trabalhar amanhã e viver feliz, que ouça e se esforce. Emprego não costuma cair do céu! (foto acima: www.techdicas.net.br)

 

TRABALHARJOSÉ RENATO NALINI
É secretário estadual de Educação e desembargador aposentado do Tribunal de Justiça de São Paulo.