Morando Toronto, Canadá, há quase dois anos, a babá Débora Santos, de 37 anos, quase voltou para Jundiaí. A saudade dos filhos era muito forte. Agora, as crianças também irão para o hemisfério Norte, o que deixará a ‘nanny'(cuidadora de crianças) mais tranquila. Aliás, aqui a profissão de Débora era o oposto da que pratica lá. Ela era segurança patrimonial. A entrevista com Débora:
Onde morou em Jundiaí?
Nos bairros Santa Gertrudes e Jardim Pacaembu…
É casada? Tem filhos?
Sim. Sou casada com um brasileiro. Tenho quatro filhos: Luccas(16); Sabrina(15); Caroline(9) e Lara(6).
Trabalhou em Jundiaí?
Era da área de segurança patrimonial! Atuava como vigilante em algumas empresas…
Desde quando está em Toronto?
Desde março de 2017. Mas sempre volto a Jundiaí. Minha família toda continua na cidade. As vezes meu sobrinho vem passa algum tempo por aqui, com a esposa…
O que mais sente falta daqui?
Da família, claro! Mas sinto também falta dos churrascos e do clima tropical.
Tem alguma coisa que nem gosta de lembrar?
Do trânsito que está uma loucura, radares e placas de sinalização camufladas.
Por que optou pelo Canadá?
Porque aqui se tem mais segurança. A saúde pública é levada a sério. A educação é valorizada. Aqui, a lei funciona. O Canadá é mais organizado, mais justo. Existe respeito à diversidade. Estes são alguns dos motivos pelos quais vim para cá, além de poder abrir as portas de um futuro melhor para os meus filhos. Aqui poderão aprender vários idiomas, como o inglês, francês e espanhol. Isto não quer dizer que não pretendo voltar a morar no Brasil. Acredito que nosso país vai mudar. Quando voltar, não sei se será para Jundiaí. Penso em morar no litoral ou no Paraná, onde estou construindo uma chácara. Jundiaí é linda. Voltarei para passear. Mas tenho outros objetivos. Por enquanto, ficarei por aqui. A oportunidade apareceu e não vamos deixá-la passar.
Trabalha?
Sim! Cuido de dois lindos meninos que estão em fase escolar mas que tenho que ficar à disposição da escola caso liguem para buscá-los por motivo de saúde seja ele até mesmo uma gripe. Aqui existe uma grande preocupação com a saúde alheia. Não me preocupa o fato de ser nanny(babá). É muito difícil para quem vem de fora conseguir trabalhar na área que atuava em seu país de origem. Mas, para mim, isto não é problema. O que ganho no mês levaria vários meses para receber aí. E ainda sobra tempo para estudar.
O que mais a impressionou aí? A língua? O clima? O temperamento das pessoas?
A distância entre mim e a minha família. O clima varia bastantes de acordo com região e a estação. Porém apesar da maioria dos meses serem frios, as roupas são apropriadas para suportarmos a intensidade. Empresas, comércios, ônibus, metrôs e até as casas contam com aquecimento. Quanto às pessoas, elas são extremamente educadas e tolerantes mas não puxam conversa como o brasileiro.
Pensou que não conseguiria se adaptar e que voltaria para o Brasil?
Sim. Não só pensei como fiz isto duas vezes. Cheguei aqui em março de 2017. Fiquei até julho. Voltei para o Brasil. Depois, retornei para cá em outubro do mesmo ano e só fiquei dois meses.
Por que fez isto?
Não foi por não ter conseguido me adaptar. Foi por não suportar ficar longe dos meus filhos. Agora vim para ficar pois eles também virão. A gente se sentirá melhor juntos. Para tudo há um sacrifício. Faço isto pelo futuro deles.
Os canadenses respeitam os brasileiros?
Sim. Aqui todas as nacionalidades são bem tratadas. O Canadá é um país multicultural. O estilo de cada um é respeitado.
Teve vergonha de ser brasileiro em algum momento?
No mundo todo o Brasil é conhecido como país do futebol e do carnaval. Quando cheguei, perguntavam a minha origem. Eu dizia e logo vinham falar do jogo entre Brasil e Alemanha. Senti vergonha por isto e também quando me questionam sobre a crise política e econômica que o Brasil passa. Por outro lado, tenho orgulho do carisma dos brasileiros que vivem harmoniosamente com outras raças, ideologias, credos, culturas…
Faz comparações?
Inevitável. Principalmente em relação aos preços dos carros e eletrônicos. Na área pública, quando o assunto é transporte e outros serviços.
O que mais gosta e o que menos gosta do Canadá?
Da variedade de alimentos e da possibilidade de comprar comidas prontas e frescas a qualquer hora do dia e da noite. De ruim é a falta de tempo que as pessoas têm de ajudar o próximo.
Chegaremos, um dia, ao nível do Canadá?
Pode ser que sim. Mas levará anos. Muita coisa precisa mudar. Começando pela saúde e redução de impostos…
Encontrou muitos jundiaienses por aí?
Não! Mas brasileiros de Minas, Espírito Santo, São Paulo e Rio de Janeiro, sim…
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