O futuro dos DIPLOMAS

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Há poucas décadas o diploma universitário era uma garantia de inserção no mundo do trabalho, realização profissional e financeira. O tempo e as mudanças ocorriam menos acelerados e havia espaço para as adequações que as novidades provocavam. Entretanto até antes do início deste século já se podia observar que estas certezas seriam fortemente abaladas por um processo informatizado com seus sistemas, algoritmos e aplicativos interferindo nas atividades de trabalho a ponto de eliminar determinadas profissões e ameaçar fortemente outras nos levando a questionar o futuro dos diplomas.

As inteligências artificiais cada vez mais desenvolvidas são capazes de realizar inúmeras tarefas, sobretudo as repetitivas e as de pesquisa. Assim, muitas atividades e serviços podem ser substituídos aumentando a sua efetividade quando desenvolvidos por aplicativos específicos com pouca ou nenhuma atuação de profissionais. Tudo isso em uma velocidade que nem sempre pode ser acompanhada. Até o século passado quando algumas práticas ou tecnologias eram substituídas havia um bom tempo para as pessoas se adaptarem ainda que as novas competências requeridas fossem muito distintas mesmo quando se referissem a um mesmo segmento.

Agora as mudanças ocorrem em tempos muito menores e, muitas vezes não conseguimos nos adaptar. Em algumas profissões métodos tradicionais terão que ser modificados para não desaparecerem. Quando me perguntam se as IAs vão substituir os professores respondo que não e sim. Os docentes repetidores de conteúdo que se limitam a repassar informação, poderão, sim, ser substituídos por uma inteligência artificial capaz de cumprir esta tarefa repetitiva com muitos mais recursos e efetividade, entretanto o professor empenhado na aprendizagem de seus alunos usando novas metodologias e novas tecnologias, consciente de que ensino e aprendizagem são processos distintos, não será facilmente substituído. Acredito, até, que nunca.

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Nos países desenvolvidos é crescente o número de diplomados que não conseguem espaço nos empregos para os quais normalmente se preparavam provocando desilusões em relação às perspectivas que os estudos realizados prometiam. Este fenômeno também se vê por aqui. Há um número crescente de jovens com diplomas enveredando por outras profissões, pois nada conseguem nas carreiras escolhidas. Felizmente muitas novas carreiras e formações estão surgindo e com elas um fenômeno interessante: o desinteresse pelo diploma. Exceto nas profissões regulamentadas, nas dezenas de novos cursos existentes os egressos não vão buscar diplomas, uma vez que o mercado não faz a menor questão deles.

Continuar a aprender é imperativo para além da escola. O registro acadêmico, porém, nem sempre importa. O histórico escolar tem muito mais informações. As escolas permanecerão, mas seus alunos e suas exigências serão muito diferentes.(Foto: Pavel Danilyuk/Pexels)

FERNANDO LEME DO PRADO

É educador

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