Com o uso de câmeras de monitoramento do MonitoraBioSP, a Fundação Florestal (FF), órgão ligado à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), continua dando sequência ao controle dos casos de sarna sarcóptica que acometeu lobos-guarás) – maior canídeo da América do Sul, com até um metro de altura e 25 quilos. A espécie habita e transita pela Estação Ecológica e Experimental de Itirapina. Em Jundiaí existem lobos-guará nas regiões da Serra do Japi, Caxambu, Eloy Chaves e na área de cerrado localizada no Distrito Industrial. Porém, não há registro da doença.
De acordo com a Unidade de Planejamento Urbano e Meio Ambiente (UGPUMA) não existe um monitoramento específico para os lobos-guará que vivem em áreas de mata de Jundiaí, e sim um trabalho contínuo de preservação e monitoramento de animais silvestres gerais em diversas áreas de proteção, principalmente os que circulam na Reserva Biológica Municipal da Serra do Japi. Embora a espécie esteja presente na cidade, “até agora, não foi registrada ocorrência de sarna sarcóptica que acometeu lobos-guarás em outras regiões do estado e levou a mudanças de comportamento da espécie”, informou a UGPUMA.
Ácaro – A doença, causada pelo ácaro Sarcoptes scabiei, traz impactos significativos à saúde e comportamento dos lobos-guará, por isso há a preocupação com o constante processo de monitoramento, captura para tratamento e a célere reintrodução da espécie ao seu habitat, em média após três horas. As primeiras medidas começaram em 2022, assim que os primeiros casos de sarna foram detectados pela equipe técnica por meio do armadilhamento fotográfico (AF). Desde então, entre adultos e filhotes, foram realizadas sete capturas de lobos-guará com suspeita de sarna, dois deles tiveram a doença parasitária confirmada, enquanto a equipe também trabalha atualmente pela captura de mais um lobo avistado.
Para cada lobo capturado com auxílio de armadilhas e anestesia, os especialistas realizam no próprio local avaliação clínica, o que inclui a coleta de sangue (para perfil hematológico), a raspagem da pele para confirmação da suspeita de sarna, além de serem colhidas amostras de ectoparasitas e de tecido para análises genéticas. Os veterinários ainda ministram medicação, quando necessário, para o tratamento adequado. Ao término, os animais são devolvidos ao habitat e acompanhados.
Sobre o Lobo-Guará – Além de ser o maior canídeo do país, o lobo-guará, que também pode ser encontrado no Paraguai e na Argentina, é considerado o mais popular carnívoro do cerrado brasileiro com tamanho que pode variar entre 45 e 106 cm de comprimento, 48 cm de altura média, e cerca de 25 kg. A espécie, que é considerada vulnerável para extinção, possui diversas características, como um poderoso olfato, grandes orelhas eretas que auxiliam em sua aguçada audição e dentição composta por 42 dentes, com destaque aos caninos bem desenvolvidos e proeminentes.
A pelagem pelo corpo geralmente é longa e na cor vermelho-dourado, além de possuírem pêlos na cor preta que formam uma crina entre a cabeça e os ombros. A reprodução dos lobos-guará acontecem apenas uma vez por ano, com gestação que dura cerca de 65 dias, que resulta, em média, entre dois e cinco filhotes. O habitat da espécie são florestas, savana, arbustos, pastagem, pantanal (interior), artificial/ terrestre. Entre as principais ameaças para a espécie, estão o risco de atropelamento, incêndios florestais, fragmentação de habitat e o contato com animais domésticos (que podem, inclusive, transmitir doenças como a sarna). Com informações da MonitoraBioSP. (Foto: Lucas Pezeta/Pexels)
VEJA TAMBÉM
PUBLICIDADE LEGAL É NO JUNDIAÍ AGORA
ACESSE O FACEBOOK DO JUNDIAÍ AGORA: NOTÍCIAS, DIVERSÃO E PROMOÇÕES