SOLUÇÃO DE CONFLITOS: Diálogo, respeito e bom senso

SOLUÇÕES

Vivemos num mundo complexo, recheado de dificuldades todos os dias, mas um dos segredos para a harmonia e paz social sempre foi e continua sendo o diálogo, respeito e bom senso na solução de conflitos, bem como para evitá-los.

Se um casal não vive bem, muitas vezes falta o diálogo. Igualmente, se no trabalho temos dificuldades, podemos resolver muitas coisas conversando. Com vizinhos, familiares, amigos e todas as pessoas com que convivemos, comprando, vendendo, conversando, interagindo e tudo o mais, temos que ouvir, falar na hora certa, respeitar a opinião do outro, ceder quando necessário. Até nas redes sociais e aplicativos de comunicação é assim.

Há pessoas, entretanto (e espero que você leitor não seja uma delas), que sequer querem ouvir a opinião dos outros, o que as pessoas têm a dizer, quais suas necessidades, suas propostas. Tais pessoas, querem apenas que seus desejos, vontades e conclusões sejam respeitadas e acatadas por todos os demais. Devo dizer que esse não é o melhor caminho para uma vida saudável e tranquila.

Muitas vezes erramos e temos que voltar atrás, pedir desculpas, reconhecer que o direito do outro está sendo ofendido e reparar nossa postura, evitar o conflito ou a sua continuidade. Afinal, é um grande erro achar que só temos direitos, quando na verdade temos até mais obrigações.

Há pessoas que não querem ouvir o que o outro tem a dizer, quais as propostas e alternativas para solução mais rápida e eficiente para um determinado conflito.  Em suma, não querem diálogo, mas querem apenas impor suas necessidades e desejos, mesmo causando danos a outras pessoas. Essas pessoas, sabendo que sem diálogo haverá necessidade de uma ação judicial, muitas vezes se vitimizam e prometem fazer de tudo para que o direito do outro não seja respeitado.

Pessoas não afeitas ao diálogo, ao respeito, à empatia, podem sofrer com processos judiciais, acumulando depois prejuízos substanciais, com indenizações e outras despesas inerentes a toda ação judicial, o que chamamos de verbas sucumbenciais.

Mesmo antes de ingressar com ações judiciais, há necessidade de conversar, conciliar, procurar realizar uma transação, onde cada qual cede um pouco paraa melhor solução, mais econômica e com mais harmonia para todos os envolvidos.

O sistema de Justiça e seus profissionais, advogados, defensores, promotores, juízes, procuradores, etc., buscam cada vez mais a solução consensual dos conflitos.

Infelizmente, a Justiça está há muitos anos sobrecarregada de processos, porque há muitas pessoas que não valorizam o diálogo. Há pessoas, ouso dizer, que preferem se manter em estado de confusão, briga, nervosismo, alimentando até mesmo ódio, revolvendo mágoas, ao invés de buscar uma solução, paz, harmonia e uma vida melhor sem conflitos e confusões. Tais pessoas estão fazendo mal a si mesmas.

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Nas áreas de cidadania, patrimônio público, consumidor e meio ambiente, quando iniciei minhas atividades há mais de 30 anos como Promotor de Justiça, durante a investigação e oitiva dos envolvidos, os responsáveis pelas situações em referidas áreas costumavam não aceitar resolver dialogando. Com o passar dos anos, com maior conscientização da população sobre a legislação nessas áreas, com aprimoramento e insistência pelo diálogo, com respeito, bom senso, empatia, houve uma mudança significativa de atitude. As pessoas passaram a aceitar o diálogo e a resolver de forma mais rápida o problema, evitando outras consequências, aceitando acordos, ajustes de conduta.

Muitas vezes é inevitável um processo judicial. Infelizmente, tem gente que só aprende a dialogar depois que “dói em seu próprio bolso” e, pode acreditar, isso vai acabar acontecendo com os intransigentes e que desrespeitam as normas jurídicas. O conjunto de normas jurídicas existe em essência para uma vida em harmonia, para o bem comum e para a paz social.

Em resumo, conversando a gente se entende.(Ilustração: Pikist)

CLAUDEMIR BATTAGLINI

Promotor de Justiça aposentado, Especialista em Direito Ambiental, Professor Universitário e Consultor Ambiental

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