Mais HOMESCHOOLING

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Abordei recentemente, neste espaço, o tema do ensino domiciliar, o homeschooling, que tramita no Senado Federal. Quero deixar claro que não sou contrário a esta forma de ensino feito em casa sem a obrigatoriedade da frequência em uma instituição de ensino regular, que pode ser a solução educacional para inúmeros casos em que o comparecimento das crianças e jovens a uma escola não atende a determinadas características de vida de algumas famílias. Entretanto, isto deve ser a excepcionalidade e jamais a regra, ou uma solução conveniente. Além disso, deve atender uma série de exigências para assegurar o pleno desenvolvimento dos educandos tanto do ponto de vista cognitivo como do sócio emocional.

Muitos países que permitem o homeschooling apontam um conjunto de deficiências de formação e vamos destacar algumas delas:

Defasagem de aprendizagem por fatores de convivência. Os novos paradigmas educacionais decorrentes da utilização de novas metodologias e tecnologias preconizam a utilização de metodologias ativas que são viabilizadas pela interatividade entre todos os atores envolvidos no processo educativo, sobretudo entre os estudantes. Aqueles aos quais não é oferecida a convivência nas respectivas faixas etárias tendem a se desenvolver menos apresentando lacunas de aprendizagem difíceis de serem reparadas;

Dificuldade de detecção de eventual violência doméstica. Crianças, especialmente, precisam de relações confiáveis e duráveis com seus professores para relatarem abusos ou diferentes tipos de violência as quais podem estar sendo submetidas. A visita esporádica à escola para avaliações não geram estas relações de confiança tornando quase impossível a percepção de quaisquer anomalias, cujas conseqüências podem ser traumáticas;

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Despreparo dos pais/professores. A formação de docentes pressupõe o desenvolvimento de uma série de habilidades e competências específicas que caracterizam esta formação profissional e a diferencia de outras cuja formação compreende propósitos diferentes. A freqüência à escola, a que fomos todos nós submetidos, não nos qualifica para exercer o magistério, assim como a centena de horas que passei na cadeira do meu dentista sendo por ele tratado não me capacita para reconhecer uma cárie. Assim a exigência de um simples de um diploma de ensino superior, em qualquer área, não parece suficiente para assegurar a consecução dos objetivos de aprendizagem de cada etapa do processo educativo por eventuais pais, não devidamente capacitados, transformados em docentes.

Há, ainda, vários outros fatores para justificar minha posição de que homeschooling é possível, mas não pode ser tratado descuidadamente e que só pode ser autorizado para famílias que demonstrem formalmente relevante competência pedagógica em ambientes seguros, orientados por instituições de ensino regulares e com acompanhamento e avaliações contínuos.(Foto: novaescola.org.br)

FERNANDO LEME DO PRADO

É educador

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